O presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, foi às redes sociais defender a segunda redução da gasolina em junho, desta vez uma queda de 5,3%, que segue outra baixa, de 4,6%, no dia 16 de junho. O movimento acontece dias depois da volta dos impostos federais (PIS/Cofins) sobre o combustível, que poderia levar ao aumento do preço da gasolina nos postos de abastecimento.
"Reiteramos que essa decisão se baseia nas variáveis econômicas e comerciais dos produtos e do petróleo bruto nos mercados brasileiro e internacional, de acordo com nossos próprios critérios empresariais que nos garantem a devida lucratividade e as participações nos mercados regionais", disse Prates nas redes.
Em meados de maio, a Petrobras anunciou que abandonou a política de paridade de importação (PPI) e implantou uma nova estratégia comercial, que continua a considerar as variações internacionais do petróleo, mas também parâmetros relacionados com a competitividade e participação da companhia em cada um dos diferentes mercados brasileiros.
A nova política foi considerada pouco transparente pelo mercado, principalmente pelos reajustes subsequentes terem sido divulgados próximos ao retorno de impostos. No dia 16 de junho, a leitura do mercado era de que compensariam a volta da cobrança do ICMS pelos Estados. Agora, novamente, a queda compensa a volta dos impostos federais.
Em relação à PPI, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras registra defasagem de 12% e para alinhar os preços seria necessária uma alta de R$ 0,34 por litro.
"Essa redução não era esperada, pelo contrário, estava defasada em R$ 0,34 e não tinha espaço para a redução", disse o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.
As ações da estatal reagiram mal ao anúncio da Petrobras, que acendeu uma luz amarela sobre a interferência do governo nos movimentos comerciais da companhia. Às 14h45, os papéis preferenciais caíam 5,35% e os ordinários, 4,87%.