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Renova Energia diz que falta de linhas atrasará operação de 460 MW em usinas eólicas

Publicado 25.10.2016, 15:12
Renova Energia diz que falta de linhas atrasará operação de 460 MW em usinas eólicas
CMIG4
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Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A Renova Energia (SA:RNEW11), controlada pela mineira Cemig (SA:CMIG4), estima que terá cerca de 460 megawatts em usinas eólicas na Bahia impactadas pela falta de linhas de transmissão, o que irá atrasar o cronograma dos empreendimentos em até pouco mais de um ano, segundo estimativa em documento da empresa visto pela Reuters.

Mas o impacto sobre as usinas poderá ser ainda maior se concretizada a criação de um parque nacional de proteção ambiental na região em que elas serão implementadas, o que está em discussão, de acordo com a empresa.

As dificuldades com as eólicas na Bahia representam mais um revés para a Renova, que anunciou em agosto um corte de investimentos da ordem de 4 bilhões de reais, ao desistir de 676 megawatts em usinas eólicas devido à falta de recursos para iniciar a construção.

A empresa tem sofrido problemas de fluxo de caixa para tocar um ambicioso plano de expansão desde o fracasso de uma parceira com a norte-americana SunEdison, que injetaria recursos na companhia, mas desistiu do negócio após dificuldades financeiras nos EUA.

Desde então, a Renova já reduziu a carteira de projetos, cortou vagas e trocou duas vezes de presidente-executivo. A companhia também tem procurado um novo sócio, que entraria no negócio por meio da compra de uma fatia acionária hoje detida pela Light (SA:LIGT3).

USINAS ATRASARÃO

A Renova vendeu antecipadamente a produção do chamado Complexo Umburanas em leilões realizados pelo governo em 2013 e 2014. As usinas precisariam iniciar a operação no início de 2018 e de 2019.

"Haverá um atraso na operação em teste e comercial das centrais eólicas do complexo Umburanas... de, respectivamente, 13 meses e 4 meses", disse a Renova em documento enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e disponibilizado pelo regulador nesta terça-feira.

Mas a eventual criação do Parque Nacional Boqueirão da Onça poderia piorar a situação das usinas, uma vez que possivelmente exigirá um rearranjo do projeto.

"A criação do Parque... é um complicador com grande potencial de acarretar novo atraso nos cronogramas de implantação do Complexo Umburanas, pelo simples fato da sua vizinhança com as usinas da região", disse a Renova.

No documento à Aneel, a Renova atribui a falta de capacidade da rede elétrica para receber a geração dessas usinas ao atraso de obras de transmissão sob responsabilidade das espanholas Cymi e Abengoa.

A agência não se manifestou imediatamente sobre o pedido da empresa. A Renova também não comentou imediatamente. Não foi possível falar imediatamente com Abengoa e Cymi.

Pelas regras do setor, as empresas são sujeitas a pesadas multas pelo descumprimento de cronograma, mas a Aneel pode dispensar ou reduzir a punição se entender que o problema que deu origem ao atraso não é de responsabilidade do investidor.

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