Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia nesta segunda-feira, acompanhando o viés de praças acionárias no exterior, após Estados Unidos e China concordarem em retomar discussões, em novo sinal de pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Às 12:09, o Ibovespa subia 0,77%, a 101.744,97 pontos. O volume financeiro somava 5,64 bilhões de reais.
Os governos norte-americano e chinês concordaram no sábado em retomar as discussões comerciais, com os EUA suspendendo a imposição de novas tarifas sobre exportações chinesas.
"Um acordo ainda não está selado, mas os dois países mostraram força de vontade mútua para acabar com o impasse e seguir em frente com as negociações", disse o analista Ipek Ozkardeskaya, do London Capital Group.
No Brasil, as atenções continuam voltadas à comissão especial da Câmara dos Deputados, que pode votar esta semana o parecer do relator da proposta da reforma da Previdência.
"Para que a votação da reforma no plenário da Câmara aconteça ainda no mês de julho, será fundamental que a Comissão conclua seus trabalhos, no máximo, até sexta-feira", destacou a equipe da Brasil Plural em nota a clientes. O recesso parlamentar começa em 18 de julho.
Também repercutiu pesquisa semanal Focus do Banco Central mostrando que economistas passaram a ver mais afrouxamento monetário neste ano e no próximo, em meio a estimativas cada vez mais fracas para o crescimento do Brasil.
Estrategistas começaram o segundo semestre com viés relativamente otimista para a bolsa brasileira, de olho na votação da reforma da Previdência e possibilidade de corte nos juros pelo Banco Central.
DESTAQUES
- JBS e BRF valorizavam-se 4,4% cada, após acordo preliminar de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) na sexta-feira. A XP vê o acordo como positivo para o setor de frigoríficos, mas avalia que não há impacto de curto prazo, dado que deve levar de 3 e 5 anos para o acordo se tornar efetivo. No caso da BRF, reportagem do Valor Econômico cita que a empresa recebeu uma oferta da ordem de 350 milhões de dólares (1,3 bilhão de reais) por ativos no Oriente Médio.
- VALE avançava 3,1%, conforme os futuros de minério de ferro na China saltaram para um nível recorde nesta segunda-feira, estendendo um rali impulsionado pela oferta restrita, bem como pelas expectativas de que o aumento dos preços do aço elevará a demanda pela matéria-prima. CSN acompanhava a alta e valorizava-se 1,6%.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 0,7 por cento cada, acompanhando a elevação dos preços do petróleo no mercado externo, após a Opep concordar em prorrogar até março de 2020 cortes na produção, conforme fontes.
- BRADESCO PN valorizava-se 0,8% e ITAÚ UNIBANCO PN tinha acréscimo de 0,5%, endossando o avanço do Ibovespa. BANCO DO BRASIL mostrava oscilação negativa de 0,06%.
- SUZANO recuava 2,3%, na esteira do declínio do dólar frente ao real, além do cenário ainda complicado para o setor de papel e celulose.
- NEOENERGIA estreava na bolsa saltando 7,7%, após movimentar mais de 3 bilhões de reais em oferta inicial precificada a 15,65 reais por ação na semana passada. Na máxima, as ações chegaram a subir 10,2%