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Questões técnicas e de segurança adiam retomada da maior refinaria da Petrobras

Publicado 24.08.2018, 20:56
© Reuters. Refinaria da Petrobras em Paulinia, Brasil
PETR4
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Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A retomada das operações na Refinaria de Paulínia (Replan), que era aguardada para esta sexta-feira, deverá ocorrer somente na semana que vem, uma vez que depende do atendimento de algumas condições técnicas e de segurança, disse à Reuters o diretor da Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Aurélio Amaral nesta sexta-feira.

Ele havia dito na véspera que a retomada da maior refinaria da Petrobras (SA:PETR4) poderia ocorrer nesta sexta-feira, após uma explosão que paralisou as atividades desde a última segunda-feira. O adiamento na volta da Replan ocorreu em meio a exigências dos petroleiros por mais segurança.

A autarquia ouviu apelos do sindicato dos trabalhadores e se reuniu com representantes da petroleira nesta sexta-feira antes de optar pelo novo prazo para a retomada da refinaria, revelou Amaral.

"A Replan não voltará a operar ainda porque tem algumas pendências técnicas", disse Amaral.

Em nota, a reguladora destacou que comunicou à Petrobras "medida cautelar de interdição" da Replan para garantir a segurança operacional das instalações e evitar novos acidentes, diante da possível retomada da operação das unidades da refinaria que não foram afetadas no acidente.

"Cabe ressaltar que a medida cautelar de interdição não inclui as operações de tancagem e utilidades, desde que não afetadas pelo acidente", afirmou a ANP, em nota.

Em nota divulgada na noite desta sexta, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) disse que a retomada da refinaria deve se iniciar na próxima quarta-feira.

“A empresa comunicou ainda que pretende começar o processo de partida operacional da Replan na quarta-feira, dia 29”, informou a entidade em nota.

O adiamento da retomada das atividades, que seria por meio de uma operação da refinaria com metade da capacidade, não atingida pelo incêndio, deu-se após protestos de trabalhadores nesta sexta-feira.

Em uma carta à direção da Replan, a direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo ameaçou promover uma greve caso as reivindicações não fossem atendidas.

Eles apresentaram à Petrobras uma pauta mínima de segurança para a partida da refinaria.

"Informamos também que não aceitaremos pressões da ANP ou de qualquer outra entidade de governo para acelerar a partida da refinaria. Compreendemos as preocupações com o abastecimento do mercado diante da importância de nossa refinaria, no entanto a vida dos trabalhadores, da comunidade local e a integridade da planta são prioridade", afirmou o sindicato.

Foi apresentado também à Petrobras um plano de operação das unidades com a revisão dos procedimentos envolvendo tratamento de águas ácidas para todos setores envolvidos com as mudanças decorrentes do sinistro.

"A expectativa é de que tudo seja atendido já no início da próxima semana, de modo a permitir a desinterdição da instalação e o retorno das operações em condições de segurança aprovadas", prometeu o diretor da ANP.

Na véspera, a Petrobras informou que a Replan estava sendo preparada para uma retomada parcial nos próximos dias, mas não deu uma data.

A unidade deve ser retomada com cerca de 50 por cento da capacidade de produção, que é de 415 mil barris de derivados, segundo a assessoria de imprensa da estatal.

A companhia informou também que a Replan já retomou a entrega de produtos às distribuidoras e que a Petrobras "conta com estoque e produção das demais refinarias para garantir a oferta de combustíveis aos seus clientes".

O incêndio no início da semana atingiu parte de uma das unidades de craqueamento catalítico e uma das unidades de destilação atmosférica, que fazem parte do processo de refino de petróleo.

© Reuters. Refinaria da Petrobras em Paulinia, Brasil

A Petrobras informou que não estima impactos financeiros relevantes do incidente na Replan, mesmo com os remanejamentos da produção de outras refinarias, reforma das unidades atingidas e eventual importação de derivados, se necessária.

(Por Rodrigo Viga Gaier; reportagem adicional de José Roberto Gomes, em São Paulo)

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