Por Olesya Astakhova e Vladimir Soldatkin
MOSCOU (Reuters) - É improvável que a Rússia concorde em aprofundar os cortes na produção de petróleo em uma reunião com aliados exportadores no próximo mês, mas pode se comprometer a estender as restrições existentes para apoiar a Arábia Saudita, disseram três fontes na terça-feira.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo se reúne em 5 de dezembro em sua sede em Viena. Em seguida, haverá conversas com um grupo de outros exportadores, conhecido como Opep+, que inclui a Rússia.
Ainda em 5 de dezembro, a Arábia Saudita deve anunciar o preço da oferta pública de ações de sua gigante de energia, Saudi Aramco, no poderá ser o maior IPO do mundo. O preço do petróleo na ocasião provavelmente será crítico para a precificação.
As fontes disseram à Reuters que a Opep e seus aliados estão preocupados com o fraco crescimento da demanda em 2020.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu o tom para a reunião de dezembro na semana passada, dizendo que a posição da Arábia Saudita antes das negociações é "dura".
Moscou argumenta que será difícil cortar voluntariamente a produção de petróleo durante os meses frios do inverno. Quando o acordo de cortes foi iniciado, em 1º de janeiro de 2017, a Rússia implementou seus compromissos gradualmente, atingindo a conformidade total em maio daquele ano.
"Esperamos negociações difíceis em dezembro. A Rússia não concordará categoricamente em (aprofundar) cortes no inverno", disse uma fonte familiarizada com o assunto nesta terça-feira.
O ministério do petróleo não respondeu a um pedido de comentário.
Na última iteração do acordo, a Opep, a Rússia e alguns outros grandes produtores de petróleo concordaram em reduzir sua produção combinada de petróleo em 1,2 milhão de barris por dia a partir de 1º de janeiro. O acordo vai até o final de março.
(Por Olesya Astakhova e Vladimir Soldatkin em Moscou, Ahmad Ghaddar em Londres e Rania El-Gamal em Dubai).