SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores de várias unidades da Petrobras (SA:PETR4) estão em greve desde o final da noite de quinta-feira, em uma paralisação de 24 horas que protesta contra o novo governo do presidente interino Michel Temer e o plano de venda de ativos da estatal.
Segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), funcionários de várias bases do Sistema Petrobras iniciaram o corte na rendição dos turnos das unidades operacionais. O movimento também atinge algumas plataformas na Bacia de Campos, principal região produtora de petróleo.
Não estava imediatamente claro o impacto da greve para a produção da Petrobras. Procurada, a estatal não comentou o assunto imediatamente.
Endividada e diante de preços mais baixos do petróleo, a Petrobras tem como meta obter mais de 14 bilhões de dólares em 2016 por meio da venda de ativos, visando reduzir a alavancagem.
No Terminal da Transpetro de Cabiúnas, em Macaé (RJ), o corte de turno foi feito às 23h, disse a FUP em nota. O mesmo aconteceu na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Terminal de Campos Elíseos e na Termoelétrica Governador Leonel Brizola, em Duque de Caxias (RJ), segundo a federação.
A FUP afirmou que trabalhadores de dez plataformas de petróleo da Bacia de Campos também aderiram ao movimento.
No Paraná, os trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) estão parados desde a zero hora de sexta-feira.
Na Bahia, nos campos de produção terrestre do Ativo Norte, que foram colocados à venda pela Petrobras, segundo a FUP, os petroleiros iniciaram a greve na manhã de quinta e seguirão de braços cruzados até o final desta sexta-feira.
A paralisação nacional de 24 horas foi aprovada em todos os sindicatos da FUP, com exceção de Minas Gerais. A maior parte das bases iniciou as mobilizações na manhã desta sexta, segundo a entidade.
(Por Roberto Samora)