LA PAZ (Reuters) - O governo da Bolívia declarou estado de emergência nesta segunda-feira devido à escassez de água em grande parte do país em meio à pior seca em 25 anos, liberando recursos para o enfrentamento à crise que afeta milhares de famílias e o setor agropecuário.
O departamento de Defesa Civil da Bolívia estima que a seca afetou 125.000 famílias e ameaça 290.000 hectares de área de plantio e 360.000 cabeças de gado.
O presidente Evo Morales pediu aos governos locais que dediquem recursos e trabalhadores para cavar poços e para transportar água para cidades em veículos, com o apoio das Forças Armadas, de espelhos d'águas próximos.
"Temos que estar preparados para o pior", disse Morales em entrevista coletiva, acrescentando que a atual crise representa uma oportunidade para um "amplo plano de investimentos" para adaptar o país aos efeitos da mudança climáticas em termos de fornecimento de água.
O estado de emergência com abrangência nacional foi decretado depois que 172 dos 339 municípios declararam suas próprias emergências devido à seca.
Na semana passada, moradores de El Alto, perto de La Paz, fizeram funcionários da companhia local de fornecimento de água reféns para cobrar explicações do governo sobre seus planos de enfrentar a escassez.
A seca também levou a protestos em cidades grandes e resultou em conflitos entre mineiros e agricultores sobre o uso de aquíferos.
(Reportagem de Daniel Ramos)