SÃO PAULO (Reuters) - O debate da taxação da exportação de petróleo e de lucros extraordinários de empresas petrolíferas, como a Petrobras (SA:PETR4), deve ser feito neste momento, disse o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ressaltando que, por princípio, é contra a alta de impostos.
"Algo transitório talvez seja importante, eu não gosto muito de aumentar tributos, gosto de competição... (Mas) honestamente, acho que é o momento deste debate, taxar parte do lucro extraordinário é um debate relevante para o momento", disse o ministro em audiência na Câmara dos Deputados.
"Mas é claro, vendo prós e contra, temos de debater", acrescentou, lembrando que é preciso tomar cuidado para não beneficiar eventualmente as maiores companhias, que poderiam lidar melhor com um tributo mais alto.
"Tem que tomar cuidado para não adotar remédio que mata um paciente."
Segundo Sachsida, igualmente, a taxação de exportação de petróleo é uma proposta que deve ser analisada.
"Vamos estudar, vamos debater e verificar os prós e contras e tomar a decisão", comentou.
A discussão sobre a taxação da exportação de petróleo foi levantada por parlamentares no contexto de uma alta dos preços dos combustíveis que impacta consumidores.
Embora tenha reiterado diversas vezes durante sua fala que o governo não pode intervir na política de preços da Petrobras, o ministro ressaltou que várias esferas da sociedade e empresas no mundo vêm fazendo sacrifícios para lidar com os custos mais altos, agravados pela guerra na Ucrânia.
"Parece que todos estão dando sua contribuição" sobre preços de combustíveis, disse o ministro, lembrando que várias petroleiras renunciaram a ganhos ao abandonar a Rússia por conta da guerra.
Esse movimento, disse ele, foi feito para as companhias preservarem suas marcas junto aos consumidores. Ele disse que tais petroleiras aceitaram prejuízos visando lucro no longo prazo, numa crítica velada à Petrobras.
O ministro começou sua participação na audiência destacado que a Petrobras teve lucros acima da média de suas pares globais no primeiro trimestre.
(Por Roberto Samora)