Por Ben Hirschler
(Reuters) - A empresa farmacêutica francesa Sanofi fechou um acordo de colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para acelerar o desenvolvimento de uma vacina para o Zika, consolidando sua posição na corrida para derrotar o vírus.
O acordo com a Fiocruz vem na esteira de uma parceria entre a Sanofi (PA:SASY) e um instituto de pesquisa do Exército dos Estados Unidos acertado em julho que deu à farmacêutica acesso a uma das vacinas em estágio de desenvolvimento mais avançado.
A Sanofi informou nesta quinta-feira que agora as três organizações de pesquisa irão trabalhar juntas para "aumentar a probabilidade de desenvolver com sucesso e licenciar o mais rápido possível uma vacina segura e eficaz para o Zika".
A companhia francesa saiu na frente das grandes farmacêuticas na pesquisa para uma vacina anti-Zika, reflexo de sua perícia no desenvolvimento de vacinas contra os chamados flavivírus, como febre amarela, dengue e encefalite japonesa.
Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência de saúde global por causa da aparente conexão entre o Zika e a microcefalia, uma má-formação craniana, o que galvanizou os esforços para apressar a criação de uma vacina.
Se tudo correr bem, alguns especialistas acreditam que uma vacina pode chegar ao mercado em até dois anos.
"Faz todo o sentido para o bem da saúde pública que combinemos nossa perícia e nossos recursos sobre o Zika com a Fiocruz, e é ideal que ela esteja sediada no Brasil, onde se localiza o cerne da atual experiência de Zika", disse John Shiver, vice-presidente sênior de pesquisa da unidade de vacinas da Sanofi.
Os cientistas da Fiocruz devem ajudar em áreas como estudos pré-clínicos e clínicos, assim como no desenvolvimento do processo de vacinas e em outras questões técnicas.
Ainda que os surtos atuais na América Latina e no Caribe tenham terminado quando a vacina estiver pronta para uso, as pessoas que moram nestas regiões devem querer se proteger contra novas epidemias de Zika.
Dezenas de milhões de viajantes dos EUA e de outras nações ricas também poderiam se vacinar antes de visitar áreas de risco.