Por Paula Arend Laier
(Reuters) - Analistas do Santander (BVMF:SANB11) elevaram a recomendação para as ações da Vibra Energia (BVMF:VBBR3) para "outperform", enquanto reiteraram a mesma classificação para Ultrapar (BVMF:UGPA3), antecipando um desempenho sólido das distribuidoras de combustíveis no segundo semestre.
Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz também elevaram os preços-alvo dos papéis da Vibra -- de 17,50 para 28 reais -- e da Ultrapar -- de 16,50 para 27 reais.
Eles afirmam que os resultados nos próximos trimestres devem se beneficiar de um ambiente competitivo mais saudável, com menos importações de diesel russo colocando todas as empresas em igualdade de condições, além de ganhos de estoque no terceiro trimestre, após alta dos preços de combustíveis pela Petrobras (BVMF:PETR4).
"Além disso, acreditamos que um melhor ambiente competitivo levará à recuperação gradual da participação de mercado da Vibra e da Ipiranga (que pertence à Ultrapar)", afirmaram no relatório enviado a clientes no final da segunda-feira
Os analistas estimam margens Ebitda acima de 160 reais/m³ no terceiro trimestre, dos quais de 35 a 40 reais/m³ estão relacionados a ganhos de estoque, mantendo-se na faixa de 130 a 140 reais/m³ em 2024.
Eles reiteraram que os preços mais elevados dos combustíveis irão pressionar o capital de giro e destacaram a importância do "sourcing" estratégico, por exemplo, utilizando importações para um melhor ciclo de caixa.
Por volta de 13:20, os papéis da Ultrapar avançavam 0,98%, a 18,47 reais, enquanto os Vibra tinham elevação de 0,75%, a 18,90 reais, na contramão do Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que caía 0,67%. Nas máximas do dia, as ações chegaram a 18,83 e 19,38 reais, respectivamente
De acordo com a equipe do Santander, Ultrapar é a sua ação favorita no setor, dada a estratégia de holding mais clara e dinâmica, versus um conglomerado anteriormente, aliada a uma trajetória de lucros positiva.
Eles ainda citam que veem a Ultrapar capturando o forte momentum de lucros de curto prazo para distribuição de combustíveis, através da Ipiranga, e distribuição de GLP (gás liquefeito de petróleo), através da Ultragaz, "onde acreditamos que as margens recentes são sustentáveis".
No caso da Vibra, os analistas esperam que a empresa se beneficie do forte momentum no segundo semestre, enquanto a comercializadora de energia Comerc poderá se beneficiar do ramp-up do complexo fotovoltaico Hélio Valgas, localizado em Minas Gerais. A Vibra detém 50% da Comerc Energia.
Almeida e Muniz também esperam que a empresa entre em uma fase de desalavancagem, que poderá gerar dividendos melhores do que o esperado em 2024 e 2025.