Investing.com – Após reportar balanço referente ao primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$2,14 bilhões, as ações do Santander Brasil (BVMF:SANB11) subiam nesta terça-feira, 25, com as Units em alta de 2,01%, cotadas a R$26,90 às 14h08 (de Brasília). Segundo analistas, o desempenho foi afetado por provisões maiores devido à inadimplência.
O indicador de lucro líquido teve queda de 46,6% frente ao primeiro trimestre do ano passado, mas apresentou melhora de 26,7% na comparação com os últimos três meses de 2022.
O lucro líquido ficou 4% abaixo da estimativa da XP (BVMF:XPBR31), devido às provisões, afetadas pela piora da inadimplência. Na visão da XP, o banco apresentou resultados fracos, mas que já eram esperados. Por outro lado, o Santander conquistou melhorias no mix e crescimento de carteira de crédito e elevação no nível de cobertura.
Os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães ressaltaram o crescimento acelerado na carteira de crédito, que teria sido impulsionado “em grande parte por grandes corporações e indivíduos. Presumimos que o desempenho no segmento corporativo foi impulsionado pelas oportunidades criadas pelo estresse nos mercados de dívida”, destacam.
Enquanto isso, as receitas de tarifas caíram 7% na base trimestral e ficaram 2% abaixo das projeções da XP. A inadimplência apresentou elevação marginal de 9bps também frente ao trimestre anterior, chegando a 3,2%. A XP reforçou recomendação neutra para ação, com preço-alvo 34,0 para as Units.
Já a Empiricus estima que, se não houvesse uma reversão de provisão para riscos tributários, de R$ 4,2 bilhões, a companhia teria entregue um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. “Esse efeito vem da disputa judicial envolvendo a cobrança de PIS/Cofins sobre receita financeira, tributos que os bancos entendem ser devidos somente sobre receitas de produtos e serviços”, detalha a analista Larissa Quaresma.
Quaresma avalia que a inadimplência segue pesando sobre os indicadores do banco, que considera com uma carteira de crédito mais arriscada. “Consideramos que o já baixo ROE, de 11%, embute uma baixa qualidade de resultado, ajudado por efeitos não recorrentes”, completa.
A Empiricus possui recomendação neutra para as ações, devido ao valuation considerado descontado.