Investing.com – Inaugurando a temporada de balanços dos grandes bancos, apesar da queda anual no lucro, a tendência trimestral de diminuição na inadimplência e provisões do Santander Brasil (BVMF:SANB11) foi elogiada por analistas. Às 11h20 (de Brasília), as Units perdiam 0,84%, a R$27,24.
O Santander apresentou crescimento de 3% da base de clientes vinculados no trimestre. O lucro líquido de R$2,7 bilhões representa uma piora anual de 36%, mas melhora trimestral de 18,2%. Ainda, o banco reportou despesas de provisão recorrentes em diminuição de 9,4% em três meses, “reflexo da nossa estratégia de focar em clientes com melhor perfil de risco e em produtos com garantias e aumentaram 13,0% no ano (no acumulado em 9 meses), principalmente pelo segmento de pessoa física”, destacou o Santander.
Segundo a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o banco finalmente está recuperando a qualidade do crédito. Conforme apontam os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, os indicadores foram positivos e superiores aos projetados pela XP, indicando melhorias na rentabilidade. O lucro líquido recorrente ficou 11% acima do esperado.
“Apesar do NII mais fraco, os resultados melhores do que o esperado foram impulsionados principalmente pela melhoria na qualidade dos ativos, resultando em menores provisões e uma taxa de imposto efetiva positiva por mais um trimestre”, reforça a XP.
As provisões, que vinham sendo olhada de perto pelos analistas, dão sinais mais animadores. “Em relação as despesas de PDD, houve um resultado de créditos de liquidação duvidosa de R$5,6 bilhões, uma redução de 6,0% no trimestre, acompanhando uma melhoria dos parâmetros de qualidade da carteira”, destacou a Guide Investimentos.
A Guide lembra ainda que a “inadimplência caiu 0,3 p.p. no trimestre, aumentando o índice de cobertura do banco em 16 p.p. para 230%. Em paralelo, o banco segue apresentando melhorias na inadimplência curta, alcançando 4,0% no indicador de 15 a 90 dias, queda de 0,2 p.p”, conclui.
A Genial Investimentos também enxerga sinais de retomada para a instituição financeira, mas pondera sobre o ROE ainda fraco. O lucro líquido ficou 6% inferior às projeções da Genial.
“Apesar da melhora no lucro, a rentabilidade (ROE) continua em patamares fracos frente ao histórico do banco, em apenas 13,1%. Por outro lado, vemos sinais positivos nas despesas com provisão, que apresentou a primeira contração anual depois de um bom tempo, e queda na inadimplência acima de 90 dias, que devem ajudar em maior lucratividade mais à frente”, destaca a Genial, que reforçou recomendação neutra, a preço-alvo de R$29,40.