Por Leticia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - Cerca de 100 mil consumidores de energia da Grande São Paulo atendidos pela distribuidora da Enel (BIT:ENEI) ainda estão sem luz no quinto dia após um temporal na última sexta-feira, com ventos de mais de 100 quilômetros por hora que derrubaram árvores e causaram danos em diversos pontos da rede elétrica, segundo informações divulgadas pela concessionária nesta quarta-feira.
Segundo a companhia, suas equipes atuam "desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados de falta de luz ao longo dos últimos dias".
A nota da distribuidora menciona 7,6 mil consumidores sem energia por "ocorrências registradas na sexta-feira e no sábado, após o evento climático".
Questionada, a Enel não informou imediatamente quais são as regiões mais afetadas pela falta de energia em São Paulo e os motivos para a dificuldade em recompor a prestação dos serviços nessas áreas.
O apagão repete uma realidade vivida na área de concessão paulista da Enel desde o fim do ano passado, situação que vem revoltando consumidores e autoridades e que levou à aplicação de multas milionárias devido à demora da companhia em restabelecer a prestação dos serviços.
O Ministério de Minas e Energia tem cobrado a agência reguladora Aneel a abrir um processo administrativo sancionador contra a Enel que poderia levar à caducidade do contrato da empresa. Em paralelo, a Controladoria-Geral da União (CGU) disse que vai investigar se houve falha na fiscalização realizada pelo regulador sobre a concessionária paulista.
Na véspera, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que a concessionária da Enel não tem condições de atender o Estado e pediu apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) para que o governo federal intervenha na companhia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, marcou uma entrevista a jornalistas na tarde desta quarta-feira para apresentar um balanço das ações da força-tarefa criada pela pasta para o restabelecimento da energia na região metropolitana de São Paulo. Silveira também comentará sobre a decisão do governo de implementar ou não o horário de verão neste ano.