GENEBRA (Reuters) - Quase 3.800 pessoas morreram em rotas de imigração através e para fora do Oriente Médio e do Norte da África no ano passado, o número mais alto registrado desde 2017, segundo dados publicados nesta terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O Projeto de Migrantes Desaparecidos (MMP) da agência de imigração da Organização das Nações Unidas registrou 3.789 mortes em 2022 ao longo de rotas marítimas e terrestres na região, incluindo travessias do deserto do Saara e do mar Mediterrâneo.
O órgão disse que o número de mortos registrado -- que foi 11% maior do que em 2021 e o mais alto desde as 4.255 mortes documentadas há seis anos -- provavelmente foi muito maior na realidade devido aos escassos dados oficiais e ao acesso limitado às rotas de imigração para a sociedade civil e as organizações internacionais.
“Este número alarmante de mortes nas rotas de migração dentro e fora da região 'Mena' (Oriente Médio e Norte da África) exige atenção imediata e esforços concentrados para aumentar a segurança e a proteção dos migrantes”, disse Othman Belbeisi, Diretor Regional da OIM para a região.
A OIM disse que o maior número de mortes em rotas terrestres na região no ano passado foi registrado no Iêmen devastado pela guerra, onde a agência disse que a violência direcionada contra imigrantes aumentou.
Nas rotas marítimas da região para a Europa, a OIM registrou um aumento de incidentes mortais em barcos que viajam para a Grécia e a Itália a partir do Líbano.
"Até 84% daqueles que pereceram nas rotas marítimas permanecem não identificados, deixando famílias desesperadas em busca de respostas", disse o relatório da OIM.
(Por Gabrielle Tétrault-Farber)