Por Elizabeth Culliford
WASHINGTON (Reuters) - A denunciante do Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) Frances Haugen disse na terça-feira que uma opção para tornar a mídia social menos prejudicial seria criar uma agência reguladora dedicada a supervisionar empresas como o Facebook e que poderia ter ex-funcionários de tecnologia na equipe.
"No momento, as únicas pessoas no mundo que são treinadas para... entender o que está acontecendo dentro do Facebook são as pessoas que cresceram dentro do Facebook ou do Pinterest (NYSE:PINS) ou de outra empresa de mídia social", disse ela durante uma audiência perante um painel do Comitê de Comércio do Senado dos EUA.
Haugen, uma ex-gerente de produto da empresa, disse que a motivação do lucro era forte o suficiente para que o Facebook, dono do Instagram, não mudasse sem pressão. "Até que os incentivos mudem no Facebook, não devemos esperar que o Facebook mude. Precisamos de ação do Congresso", disse.
Haugen também afirmou que se fosse nomeada CEO do Facebook estabeleceria imediatamente uma política que permitiria o compartilhamento de pesquisas internas com o Congresso e outros órgãos de supervisão, pedindo transparência e escrutínio público dos sistemas, algoritmos e pesquisas do Facebook sobre os impactos de seus sites.
Lina Pietsch, do Facebook, disse que a própria empresa há muito pede supervisão do governo. "Faz dois anos e meio que pedimos a atualização dos regulamentos", disse ela.
Na audiência, os parlamentares não rejeitaram as sugestões de Haugen para a reforma, mas, em muitos casos, apontaram uma legislação que faria algo semelhante.
Um grupo bipartidário de senadores, incluindo Richard Blumenthal e Marsha Blackburn, apresentou em junho projeto de lei que exigiria que grandes plataformas de internet, incluindo o Facebook, permitissem que usuários visualizassem conteúdo não decidido por um algoritmo.
Haugen também incentivou o aumento dos limites de idade para os usuários das plataformas do Facebook de 13 para 16 ou 18 anos, dado o que ela chamou de "uso problemático" ou vício nos sites e questões infantis com autorregulação.
De acordo com a lei atual, crianças de até 12 anos têm mais proteção online do que adolescentes. Há um projeto de lei no Congresso para aumentar a idade para 15 anos, entre outras mudanças.
(Reportagem de Elizabeth Culliford e Diane Bartz)