RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Lopes, maior imobiliária do país, fará uma campanha de vendas em agosto em São Paulo, com a oferta de 72 empreendimentos com descontos de preço de até 34 por cento. A estratégia ocorre após queda de cerca de 41 por cento nas vendas de moradias na cidade pelo setor no início do ano.
A companhia vai vender imóveis residenciais e comerciais de 16 incorporadores parceiros, incluindo Even, Rossi e Tecnisa.
As unidades à venda na região metropolitana de São Paulo terão preços a partir de 300 mil reais, mas a maior parte dos empreendimentos está em torno de 700 mil reais, sem considerar os descontos, de acordo com a diretora de marketing da Lopes, Adriana Sanches.
"Tivemos um primeiro semestre que foi atípico, o comprador estava voltado para outras questões como a Copa, tivemos um Carnaval que foi tarde. O objetivo é despertá-lo para a decisão de compra", afirmou.
Segundo a Lopes, com a valorização dos preços nos últimos meses, muitos potenciais compradores achavam que haviam perdido a chance de comprar um imóvel a preços mais acessíveis. Em eventos anteriores, de menor porte, os descontos chegaram a ser de 10 por cento, como foi em 2012, informou a companhia.
Nos primeiros cinco meses do ano, a capital paulista registrou vendas de 7.982 imóveis residenciais, volume 41,4 por cento inferior ao do mesmo período de 2013, segundo os dados mais recentes do Secovi-SP, sindicato de habitação da cidade. Os lançamentos caíram 14 por cento, a 8.947 unidades.
Antes da crise do setor imobiliário em 2008, o percentual de estoques em relação aos lançamentos de todo o mercado residencial da região metropolitana de São Paulo era de 23 por cento ante 20 por cento atualmente.
Quando os preços se recuperaram da crise e começaram a subir, este percentual baixou para 10 por cento entre 2010 e 2012, disse o superintendente de inteligência de mercado da Lopes, Caio Augusto Pereira.
"Isso faz com que os preços acompanhem a inflação e mais pessoas se sintam mais confortáveis para tomar a decisão de comprar. O mercado fica um pouco mais equilibrado", disse, acrescentando que o patamar atual de preços é considerado saudável.
(Por Juliana Schincariol)