Caracas, 25 ago (EFE).- O secretário-geral da Federación Unitaria de Trabajadores Petroleros de Venezuela (Futpv), Ivan Freites, acusou neste sábado o governo de ter negligenciado nos últimos anos as tarefas de manutenção da indústria petrolífera, após a explosão em uma refinaria que deixou ao menos 24 mortos.
"Aqui o investimento em indústria não existe, nós denunciamos isso há três anos", disse à Agência Efe Freites, ao assegurar que há falta de investimento industrial e uma desatenção por parte dos responsáveis da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) de suas funções de gerência.
Freites fez as críticas depois que nesta madrugada uma explosão na refinaria Amuay, no Centro Refinador de Paraguaná (CRP), o maior da Venezuela e um dos maiores do mundo, deixou um total de 24 mortos e 86 pessoas que precisaram receber atendimento médico.
Cinco pessoas continuam internadas em um hospital de Punto Fijo, no estado Falcón, onde fica a refinaria, e outras duas foram levadas com queimaduras à cidade de Maracaibo, no estado vizinho de Zulia.
O ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez, informou que a explosão aconteceu como consequência de um vazamento de gás que gerou uma nuvem que explodiu à 01h11 local (2h41 de Brasília) com uma grande onda expansiva que causou desabamentos e rachaduras nas casas próximas e em uma instalação da Guarda Nacional.
O sindicalista afirmou que "o setor gerencial, que conduz a indústria, se esqueceu do seu papel" e de suas obrigações de "manter o operacional com boas condições de higiene e segurança" as instalações ligadas ao setor.
"Se esqueceram disso e aplicaram uma política do governo que é a que os trabalhadores e os gerentes fossem fazer campanha política e deixassem seu trabalho", acrescentou.
"Imaginávamos que fosse acontecer uma tragédia, mas rezávamos para que a tragédia não fosse da magnitude que vimos hoje de madrugada", afirmou.
Freites assegurou que esse tipo de incidente tem acontecido em todo o país. EFE