BERLIM (Reuters) - Uma arrastada disputa entre a administração da Lufthansa e o sindicato de pilotos alemães Vereinigung Cockpit (VC), acerca de salário e condições de trabalho, não mostra sinais de acabar tão cedo após o sindicato convocar uma greve de dois dias na companhia aérea de baixo custo do grupo, a Germanwings.
Os pilotos do VC fizeram 10 greves no ano passado, afetando centenas de milhares de passageiros e eliminando até 200 milhões de euros (226 milhões de dólares) do lucro operacional de 2014 na Lufthansa, que está sob pressão para reduzir custos para acompanhar o ritmo de rivais.
Os pilotos disseram num comunicado na noite de terça-feira que a greve correrá das 21h (horário de Brasília) desta quarta-feira até as 20h59 da próxima sexta-feira.
O VC disse que tentativas para alcançar um acordo fracassaram. "A Lufthansa assim demonstra novamente que não quer um acordo e é portanto responsável por mais greves", disse um porta-voz do VC, Joerg Handwerg.
A Germanwings, que normalmente operaria 900 voos durante os dois dias, disse que publicará um cronograma de voos revisado nesta quarta-feira.
A disputa entre os pilotos e a administração diz respeito a benefícios de aposentadoria antecipada que a Lufthansa quer alterar para novos contratados.
O esquema atual permite que pilotos se aposentem aos 55 anos de idade e ainda recebam uma parte de seus salários até que comecem os pagamentos regulares da aposentadoria normal. A Lufthansa quer aumentar a idade na qual novos pilotos podem se aposentar para refletir expectativas de vidas maiores e cortar custos.
(Por Victoria Bryan e Harro Ten Wolde)