Por Sam Nussey
TÓQUIO (Reuters) - A S&P Global Ratings cortou a classificação de longo prazo do SoftBank Group, aprofundando a companhia em território "junk" e levando o conglomerado japonês de investimentos em tecnologia a questionar o rebaixamento.
A S&P cortou a nota do SoftBank de "BB+" para "BB (BVMF:BBAS3)", citando a exposição da empresa a companhias não listadas que são suscetíveis a mudanças no ambiente externo.
"Há uma acentuada falta de racionalidade na explicação", disse o diretor financeiro do SoftBank, Yoshimitsu Goto, à Reuters.
O SoftBank vendeu ativos, incluindo sua participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba Group (NYSE:BABA), para estabilizar seu balanço patrimonial diante da queda no valor de seu portfólio de investimentos.
"(A venda de suas ações) corroeu a proporção de ativos listados em seu portfólio. Além disso, as ações de tecnologia, nas quais a empresa investiu principalmente, ficaram em baixa por um período prolongado", disse a S&P.
O presidente-executivo do SoftBank, Masayoshi Son, tem afirmado que está "jogando na defesa" com uma gestão financeira prudente, dada a fraqueza no setor de tecnologia.
"É extremamente lamentável que nossa solidez financeira não tenha sido avaliada adequadamente. Continuaremos nosso diálogo com a S&P", disse o SoftBank em um comunicado.
O SoftBank se desentendeu com a Moody's Investors Service por causa de sua avaliação do conglomerado e, em 2020, tomou a medida incomum de pedir à agência que retirasse suas classificações. Goto disse que o problema com a S&P, no entanto, é menor.
"A magnitude do problema é totalmente diferente da Moody's", disse ele.
A S&P disse que a listagem da ARM, projetista de microchips, que se tornou a principal meta de Son, vai melhorar a liquidez dos ativos do conglomerado japonês.
"Pedimos com veemência à S&P que considere um upgrade assim que a proposta de oferta pública inicial da ARM for concluída", disse o SoftBank.