Por Panu Wongcha-um e Napat Wesshasartar
BANGCOC - O magnata tailandês do setor imobiliário Srettha Thavisin foi eleito primeiro-ministro após vitória em uma votação parlamentar na terça-feira, quando o fugitivo de seu partido Thaksin Shinawatra fez um retorno histórico após anos no exílio e foi levado direto para a prisão.
A vitória de Srettha, de 60 anos, abre caminho para um novo governo de coalizão, encerrando semanas de incerteza e impasse no Parlamento após uma eleição há 100 dias que ameaçou enfraquecer a influência política dos poderosos militares do país.
Srettha, que foi colocado no centro das atenções apenas alguns meses atrás pelo partido populista Pheu Thai, ganhou o apoio de dois terços do Parlamento em uma votação que se seguiu a horas de histeria na Tailândia sobre o tão esperado retorno de Thaksin do exílio autoimposto.
"Cumprirei meus deveres com o melhor de minha capacidade. Trabalharei incansavelmente para melhorar a vida de todos os tailandeses", disse Srettha a repórteres na sede do Pheu Thai, com voz abafada por apoiadores que gritavam "Srettha, Srettha".
Thaksin teve uma recepção arrebatadora depois de chegar na manhã de terça-feira em seu jato a um aeroporto de Bangcoc, onde se encontrou brevemente com parlamentares do Pheu Thai antes de ser escoltado pela polícia até a Suprema Corte e depois para uma prisão para cumprir uma sentença de oito anos por abuso de poder e conflitos de interesse.
Srettha terá a tarefa de formar e manter unida uma coalizão potencialmente frágil que inclui partidos criados pelos militares monarquistas, que derrubaram os governos do Pheu Thai nos golpes de 2006 e 2014.
Entre os depostos estava Thaksin, um ex-magnata das telecomunicações e ex-proprietário do Manchester City, clube de futebol da Premier League, que foi acusado pelo Exército de corrupção, nepotismo e deslealdade à poderosa monarquia.
Ele fugiu para o exterior e foi condenado à prisão à revelia em 2008 e a irmã Yingluck Shinawatra teve um destino quase idêntico como primeira-ministra alguns anos depois. Ambos dizem que as acusações contra eles foram politicamente motivadas.