Por Samia Nakhoul e Katie Paul
(Reuters) - Autoridades da Arábia Saudita estão fazendo acordos com pessoas detidas em operações de combate à corrupção, propondo que entreguem ativos e dinheiro em troca da liberdade, disseram fontes familiares com o assunto.
Os acordos envolvem separar dinheiro de ativos como propriedades e ações, e olhar para contas bancárias para acessar valores em dinheiro, disse uma das fontes à Reuters.
Dezenas de príncipes, autoridades e empresários, incluindo ministros do governo e bilionários, foram detidos em um inquérito de corrupção que visa, pelo menos parcialmente, fortalecer o poder do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Entre eles está o bilionário príncipe Alwaleed bin Talal, um dos empresários mais proeminentes do reino.
Um dos empresários teve dezenas de milhões de riyals sauditas retirados de sua conta após ter assinado o acordo. Em outro caso, uma ex-autoridade consentiu em entregar a posse de ações no valor de 4 bilhões de riyals, segundo uma das fontes.
O governo saudita passou, no início desta semana, do congelamento de contas para emissão de instruções para "expropriação de ativos não comprometidos" ou a apreensão de ativos, disse uma segunda fonte familiarizada com a situação.
Não houve comentário imediato do governo saudita sobre os acordos, e as fontes não quiseram se identificar, uma vez que os acordos não são públicos.
A Reuters não pôde verificar imediatamente uma reportagem do Financial Times de que em alguns casos o governo está buscando se apropriar de 70 por cento da riqueza dos suspeitos, para canalizar centenas de bilhões de dólares aos cofres públicos.
Uma terceira fonte familiar com o assunto afirmou que caso as pessoas estejam dispostas a devolver "ganhos ilícitos" suas punições serão "tempo servido" no hotel Ritz Carlton, onde elas estão sendo mantidas.