Arena do Pavini - Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde, um dos maiores multimercados do Brasil, segue otimista com a bolsa brasileira e diz que vai aproveitar a fase de queda para comprar mais ações. Segundo o relatório de outubro do Verde, que fechou o mês com perda de 0,38%, a gestora vê “oportunidades em determinados setores, e se a correção das últimas semanas se aprofundar um pouco mais, vamos provavelmente aumentar nossa exposição”.
Para Stuhlberger e sua equipe, o mercado está exagerando no otimismo com relação à bolsa ao assumir uma visão de que somente a queda dos juros para 7% ao ano seria suficiente para os investidores brasileiros despejarem um caminhão de dinheiro em ações. “E portanto, apesar de já um pouco caro, o mercado poderia subir muito mais”, acrescenta a equipe da Verde Asset Management.
O relatório explica que, apesar de a taxa Selic caminhar para 7%, os juros futuros já mostram que essa taxa não seriam sustentável por muito tempo. “Por exemplo, a taxa de juro futura entre os anos 2019 e 2020 (os dois primeiros anos do próximo mandato presidencial) atingiu o nível mais baixo em meados de setembro, quando bateu 9,62%”, afirma o relatório. “De lá para cá, essa taxa subiu, aproximadamente 0,90 pontos, para 10,51%.” Segundo o relatório, o juro que deveria importar para o preço da ação, portanto, não é e talvez nunca seja os tais “7% mágicos”.
A Verde Asset diz que sua visão sobre as ações brasileiras não é negativa. “Apenas não compartilhamos o otimismo excessivo, e acreditamos que o preço das ações não se faz num vácuo independente das outras variáveis”.
O Verde segue abaixo do CDI no ano, com 5,05% de ganho até outubro, para 8,75% do referencial dos juros privados. Em novembro, o fundo ganhou com ações no exterior e com proteções (hedges) nos juros prefixados brasileiros. Mas perdeu nas principais aplicações, incluindo em juro real no Brasil, na posição em ações locais, que foram aumentadas em outubro, e também em euro e na aposta contra a moeda chinesa renminbi.
Por Arena do Pavini