Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - A transmissora de energia elétrica Taesa (SA:TAEE4) registrou lucro líquido de R$ 829 milhões no quarto trimestre de 2020, um salto de 194,7% na comparação anual, ajudado pela disparada do IGP-M, pela consolidação de ativos adquiridos recentemente, pelo início da operação de novos ativos e pelas margens de construção.
Apesar da alta ano a ano, o número ficou abaixo da projeção do BTG Pactual devido, na percepção do banco, a despesas financeiras acima do esperado e a uma renda de capital mais fraca.
O Ebitda regulatório foi de R$ 302 milhões no último trimestre de 2020, alta de 17% ano a ano, em linha com as estimativas do BTG, mas 8,5% abaixo da previsão da XP.
A XP Investimentos afirma ver os resultados como negativos. “No entanto, destacamos como positivo que a empresa manteve sua prática de distribuição de proventos nos patamares elevados, refletindo o forte potencial de geração de caixa da companhia e o menor perfil de risco do setor de transmissão de energia”, pontua.
Em relatório publicado depois da divulgação do balanço, o BTG Patual reiterou sua recomendação Neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 32, afirmando que os números vieram em linha com suas projeções.
A XP também tem recomendação Neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 32.
A Mirae Asset, por sua vez, recomenda Compra para a ação. “Para 2021, esperamos que a inflação continue veneficiando o segmento de transmissão. (...) Continuamos recomendando a compra, visando principalmente no curto prazo o retorno via dividendos”, explica a corretora, que fixa o preço-alvo para a ação em R$ 35.
O conselho da Taesa (SA:TAEE11) aprovou proposta de R$ 561,9 milhões de reais em dividendos adicionais, a serem pagos até 31 de maio, ou R$ 1,63 real por Unit.
Finalmente, o Safra elevou seu preço-alvo para a ação, para R$ 34,70, mas com recomendação Neutra, ponderando que o nível atual das ações parece justo e que os resultados vieram em linha com suas expectativas.
A Unit da companhia fechou as negociações desta quinta-feira (4), um dia após a divulgação do balanço, em forte alta de 6,02%, a R$ 32,60, depois de ter registrado R$ 31,20 na mínima e R$ 32,66 na máxima do dia, com R$ 166,82 milhões em volume negociado. O Ibovespa também terminou o pregão no verde, em alta de 1,36%, aos 112.690 pontos.
Como principais riscos para a performance da empresa, o Safra lista o aumento potencial nas taxas de juros, que pode prejudicar ações do segmento; o atraso de projetos greenfield ou estouro de Capex; e venda das ações fora do bloco de controle.
O banco reconhece ainda um risco positivo, porém limitado, relacionado a aquisições e leilões de transmissão no curto prazo.
--Com colaboração da Reuters