TAIPÉ/PEQUIM (Reuters) - O governo de Taiwan rejeitou nesta quinta-feira um plano da China para impulsionar a integração econômica, considerando-o uma busca por dinheiro para melhorar o ambiente de negócios "deteriorado" do país e uma tentativa inútil de conquistar os corações e mentes taiwaneses para apoiar o Partido Comunista.
A China, que reivindica Taiwan como seu próprio território, revelou na terça-feira medidas para transformar a província costeira de Fujian, que fica em frente a Taiwan, em uma zona de desenvolvimento integrado.
A China adotará uma série de medidas políticas "especiais" para melhorar o acesso das empresas taiwanesas à província de Fujian, do outro lado do Estreito de Taiwan, disse o planejador estatal chinês na quinta-feira.
A China aprofundará o desenvolvimento integrado da cidade chinesa de Xiamen e das ilhas Kinmen, controladas por Taiwan, incluindo a aceleração das ligações de gás, eletricidade e transporte entre as duas, afirmou Cong Liang, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
No entanto, o Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan disse que esse plano "unilateral" era apenas mais uma tentativa de conquistar o povo taiwanês, o que não funcionaria.
A China está tentando prometer tratamento igualitário e benefícios econômicos "como um disfarce para conquistar e seduzir nosso povo e nossas empresas a irem para o continente e se integrarem aos seus sistemas, regulamentações e normas, para aceitar a liderança do Partido Comunista", afirmou o órgão.
"Isso é um pensamento totalmente ilusório."
A China está sofrendo com problemas econômicos, riscos sistêmicos em seu sistema financeiro e um "ambiente de negócios em deterioração", acrescentou.
"Isso é obviamente uma tentativa de atrair recursos e talentos de Taiwan para a China continental para impulsionar sua economia interna."
(Reportagem de Ryan Woo, Ethan Wang e Jason Xue, e Ben Blanchard em Taipé)