Tarifas de Trump para automóveis: ’Tesla ganha, Detroit sangra’

Publicado 28.03.2025, 08:54
© Reuters.

Investing.com — A decisão da administração Trump de impor uma tarifa de 25% sobre quase todos os veículos e componentes importados deve causar grandes perturbações na indústria automobilística dos EUA.

De acordo com analistas da Bernstein, o impacto imediato deve atingir mais duramente as montadoras de Detroit, enquanto dá à Tesla (NASDAQ:TSLA) uma vantagem significativa.

"A Tesla é claramente a grande vencedora estrutural: localizada, com forte participação de mercado e melhor isolada dos riscos comerciais", afirmaram os analistas liderados por Daniel Roeska.

Em contraste, a Ford Motor Company (NYSE:F) e a GM (NYSE:GM) enfrentam dificuldades que podem reduzir seu EBIT em até 30% em 2025, mesmo com aumentos de preços e alguns ajustes de fornecimento.

As novas tarifas, em vigor a partir de 3 de abril, cobrem todos os veículos de passageiros importados, caminhões leves e peças automotivas essenciais, com alívio limitado para veículos em conformidade com o USMCA. A medida introduz um potencial aumento de custo anual de US$ 110 bilhões em todo o setor, o que representa aproximadamente US$ 6.700 por veículo.

Para a Ford e a GM, a dependência de importações as deixa altamente vulneráveis, com expectativa de queda significativa na capacidade de lucro até o segundo semestre de 2025. A Stellantis (NYSE:STLA) parece mais resiliente devido à maior participação de conteúdo americano em seus modelos produzidos no México, segundo os analistas.

A Tesla emerge como a principal beneficiária desta política devido à sua cadeia de suprimentos altamente localizada e posição dominante no mercado.

"Cada ponto adicional de conteúdo de valor regional dos EUA (RVC) contribui para a defesa da margem bruta. A Tesla lidera aqui — com quase 60% localizado — enquanto marcas de luxo e de nicho ficam muito atrás", destacaram os analistas.

A base de fabricação doméstica da Tesla permite que ela evite as pressões de custo que outras montadoras enfrentarão ao tentar mitigar o impacto das tarifas.

O timing é outro fator-chave. A Bernstein observa que, embora o 2º tri possa parecer normal devido aos estoques de segurança, "o impacto real dos custos começa em meados de maio e se acelera nos resultados do 3º tri."

A perspectiva de longo prazo é igualmente preocupante, já que 2026 pode trazer um impacto ainda maior nos lucros, de aproximadamente 20%, a menos que as montadoras façam mudanças significativas em suas cadeias de suprimentos.

Para as montadoras de Detroit, o choque tarifário deixa poucas opções atraentes. "Você pode aumentar os preços ou manter os volumes — mas não pode fazer ambos", enfatizam os analistas, destacando o dilema para as marcas de mercado de massa.

Absorver o custo da tarifa erodirá as margens, enquanto repassá-lo aos consumidores arrisca uma queda significativa nas vendas.

Agravando o desafio, o realinhamento da cadeia de suprimentos não é uma solução rápida. Precedentes históricos mostram que mover a produção ou reconfigurar o fornecimento normalmente leva de 12 a 36 meses.

Enquanto isso, a própria política parece duradoura, diz a Bernstein. "Esta política está estruturada para longevidade, não para negociação", esclarece o relatório.

Sem cláusula de caducidade ou período de introdução gradual, as tarifas permanecerão em vigor a menos que sejam explicitamente revogadas. A reação de Wall Street pode exercer alguma pressão, mas uma reversão da política parece improvável.

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