As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) iniciam a semana em leve baixa, mais acentuada nos contratos mais longos em meio à queda moderada do dólar futuro. O tom positivo dos mercados globais também ajuda para um início de sessão dos DIs para baixo.
O DI para janeiro de 2022 abriu esta segunda-feira, 21, a 5,610% ante 5,631% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2023, a 7,16% ante 7,23% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2025, a 8,31% ante 8,35% no último ajuste. O DI para janeiro de 2027, a 8,76% ante 8,82% na última sessão. O DI para janeiro de 2029, a 9,06% ante 9,12% no ajuste anterior.
Na avaliação de Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, o fato de a projeção do IPCA para 2022 não ter sido aumentada, como era esperado, ajuda na baixa dos DIs. "Na Focus, a estabilidade da expectativa para o IPCA de 2022 (em 3,78%) traz um mínimo alívio, o que pode permitir um leve ajuste nos DIs após a reação excessiva ao Copom", escreveu. No caso da projeção do IPCA para 2021, o Relatório de Mercado Focus trouxe nova elevação da projeção mediana do mercado - de 5,82% para 5,90%. Para a Selic no fim deste ano, também houve novo aumento - de 6,25% para 6,50%. Esses ajustes eram esperados pelo mercado.
Da agenda brasileira, o destaque amanhã é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No comunicado da semana passada, quando o colegiado elevou a Selic para 4,25% ao ano, o tom havia sido considerado "hawkish" (duro e propenso a juros mais altos) pelo mercado financeiro.
Nesta segunda-feira, às 15h, haverá reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN). Na quinta-feira, será divulgado o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), e na sexta-feira, o IPCA-15. "A ata do Copom e o RTI são ambos valiosos documentos para refinar a retórica do BCB junto ao mercado", escrevem os analistas da LCA.
No exterior, a agenda da semana também traz eventos e indicadores a serem monitorados, como a participação, amanhã, do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em audiência na Câmara dos Representantes (terça-feira). Hoje, o mercado ficará atento ao discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, na Cúpula de Líderes Políticas Femininas (9h30) e no Parlamento Europeu (11h15). Na sexta-feira, o discurso do presidente da distrital de St. Louis, James Bullard (não vota), reforçando o teor "hawkish" do Federal Reserve na semana passada contribuiu para a desinclinação da curva de juros futuros no Brasil. Amanhã, haverá decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e, na sexta-feira, divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA de maio.