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Taxas de juros têm viés de alta com risco fiscal no radar, mas liquidez é fraca

Publicado 04.09.2023, 15:16
Atualizado 04.09.2023, 18:40
Taxas de juros têm viés de alta com risco fiscal no radar, mas liquidez é fraca
DJI
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Os juros futuros encerraram com viés de alta a sessão desta segunda-feira, marcada pela ausência dos negócios em Wall Street e que secou a liquidez do mercado. Num ambiente de liquidez baixíssima, prevaleceu pela manhã um viés de queda e à tarde, de alta, nas taxas. Sem referência firme, predominaram ajustes técnicos de posições sob o pano de fundo da desconfiança fiscal com relação à capacidade do governo de zerar o déficit fiscal em 2024.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) janeiro de 2025 encerrou em 10,60%, de 10,57% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,22% (10,19% no ajuste anterior) e o DI para janeiro de 2027, taxa de 10,39%, de 10,35%. A do DI para janeiro de 2029 terminou a 10,83%, de 10,80%.

Sob a premissa de que o volume muito fraco de contratos compromete qualquer avaliação mais profunda sobre o desempenho das taxas, especialistas dizem que o mercado operou à deriva, ressentido do feriado americano do Dia do Trabalho que secou a liquidez por aqui. À tarde, as taxas ensaiaram movimento mais firme de alta.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, disse que o contexto de feriados nos EUA hoje e aqui, na quinta-feira, estimulou um pouco de correção da queda das taxas na sexta-feira, quando os rendimentos dos Treasuries subiram. "Tivemos um realinhamento ao exterior na sexta-feira e, com os feriados, a tendência é mesmo uma postura mais defensiva, de redução de posições aplicadas", explicou. Borsoi acrescenta ainda que os juros dos bônus europeus hoje subiram em bloco na Alemanha, Reino Unido e França.

"Os elementos que poderiam contribuir para a sequência da trajetória da última sessão não apareceram hoje", resumiu. Ao contrário, as preocupações com as contas públicas seguem no radar, em meio ao ceticismo com a geração de receitas para equilibrar as despesas em 2024 e, assim, abrir caminho para zerar o déficit em 2024.

O governo afirma ter margens de manobra em caso de revés nas medidas propostas para aumentar a arrecadação. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, disse que o governo tem "medidas de contingência e margens de manobra naturais no processo orçamentário" que podem ser acionadas para auxiliar na busca do déficit zero.

Os agentes de mercado não acreditam que essas margens se darão pelo lado do corte gastos e sim da busca de receitas. Assim, é vista como preocupante a possibilidade que estaria sendo estudada pelo governo de antecipar receitas de longo prazo do pré-sal para o curto prazo para garantir um cumprimento da meta em 2024, conforme apuração da CNN Brasil. "Seria uma medida completamente descabida", classificou Borsoi.

Ao mesmo tempo, não se descarta a possibilidade de a "meta zero" subir no telhado, com algumas instituições já trabalhando com a ideia de que o governo vai rever tal objetivo. A Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset ampliou a projeção de déficit primário das contas do governo central em 2024 de 0,4% para 0,6% do PIB e, diante da impossibilidade de o governo cumprir a meta para o ano que vem - de resultado primário entre -0,25% e 0,25% do PIB -, afirma que o mais provável é que o governo altere o alvo.

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