A sessão que antecedeu a 'Super Quarta-Feira' no mercado de juros foi de ajustes tímidos em relação à véspera, à medida que o mercado permaneceu em compasso de espera com as decisões sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos. O dólar em queda firme ante o real, após ação do BC com swap extra, ajudou em boa parte da sessão a dar um viés de baixa ao trecho mais longo, sensível também a uma maior propensão à tomada de risco entre os investidores nesta terça.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 passou de 13,089% na segunda-feira a 13,120% nesta terça. O janeiro 2024 foi de 12,682% a 12,685%. O janeiro 2025 subiu de 12,166% a 12,170%. E o janeiro 2027 foi de 11,985% a 12,005%.
Nem mesmo a expansão da produção industrial brasileira em alta (0,3%) maior que o consenso do mercado (0,2%) foi capaz de trazer um componente novo ao noticiário do mercado de juros nesta terça-feira. Mesmo porque, na visão de economistas ouvidos pelo Broadcast, os dados de atividade têm vindo bons neste início de ano, mas o quadro ainda é muito heterogêneo. Dos 26 setores pesquisados, 14 tiveram aumento na margem.
Desta forma, o foco foi mesmo o que o Fed e o Copom decidirão na quarta e sinalizarão para os próximos encontros. No caso do primeiro, é consenso do mercado aumento de 50 pontos-base, mas é esperado que a porta fique aberta para um aumento a um ritmo mais intenso em junho.
Aqui no Brasil, a aposta é inversa. Nesta quarta-feira, a curva aponta que é unânime uma subida da Selic a 12,75%. Depois, o mercado está dividido quanto a um ajuste final de 25 pontos-base (72% das apostas) e 50 pontos (28%). A aposta é de uma Selic na virada do ano entre 13,00% (4%) e 13,25% (96%).
A Greenbay Investimentos aposta em um ajuste final de 50 pontos. Em sua carta mensal, a casa diz enxergar valor nas posições compradas em inclinação e aplicadas nos vértices mais curtos.
"Estamos trabalhando com posições maiores nos trades tomados em inclinação, dada a assimetria positiva em relação às posições aplicadas secas, uma vez que estas últimas dependem mais de uma melhora dos índices de inflação. Mesmo tendo revisado para cima nossas projeções para o IPCA (7,6% para 2022 e 3,5% para 2023), acreditamos que o ciclo de alta de juros está próximo do fim, e qualquer deterioração da situação fiscal ou internacional irá pressionar em maior magnitude os vencimentos mais longos da curva", afirmou a gestora.