Taxas dos DIs sobem com tom duro do Fed sobre inflação nos EUA

Publicado 29.01.2025, 16:49
Atualizado 29.01.2025, 16:50
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta no Brasil após o Federal Reserve manter os juros no patamar atual, sem dar indicações de progresso no controle da inflação dos EUA, enquanto investidores aguardavam pelo anúncio do Banco Central, à noite, sobre o novo patamar da taxa básica Selic.

A expectativa em torno das decisões do Fed e do BC permeou os negócios durante a sessão, travando mudanças mais intensas nos preços até o anúncio do banco central norte-americano.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 – um dos mais líquidos no curtíssimo prazo – estava em 14,17%, ante o ajuste de 14,14% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,185%, ante o ajuste de 15,133%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,08%, ante 15,013% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 15%, ante 14,947%.

A chamada “superquarta” tinha na agenda a decisão sobre juros do Fed, às 16h, acompanhada por entrevista coletiva do chair da instituição, Jerome Powell, além do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, após as 18h30.

Com as decisões largamente precificadas nos ativos -- que projetavam manutenção dos juros nos EUA e alta de 100 pontos-base no Brasil --, investidores pouco se movimentaram durante a maior parte do dia. Internamente, as taxas dos DIs exibiram leves altas durante a tarde, até a decisão do Fed.

Às 16h00 o Fed anunciou a manutenção de sua taxa básica na faixa de 4,25% a 4,50%, como era largamente esperado, e deu poucas informações sobre quando novas reduções nos juros poderão ocorrer.

A instituição retirou do comunicado de política monetária o trecho que dizia que a inflação "progrediu" em direção à meta de inflação de 2%, destacando apenas que o ritmo de aumento dos preços "continua elevado".

Após a divulgação, os rendimentos dos Treasuries aceleraram, em meio à percepção de que o comunicado do Fed foi hawkish (duro), o que fez as taxas dos DIs ganharem força também no Brasil.

“Fed com tom mais hawkish que o esperado, afirmando que a inflação parou de progredir em direção à meta e que o mercado de trabalho segue apertado. De concreto, o Fed deve pausar o ciclo de juros até o 2T25, pelo menos”, escreveu Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, logo após a decisão.

Depois de registrar a mínima de 15% às 13h02, em baixa de 1 ponto-base ante o ajuste anterior, a taxa do DI para janeiro de 2031 atingiu a máxima de 15,12% às 16h18, na esteira da decisão do Fed, em alta de 11 pontos-base. No fechamento do mercado de DIs, agentes aguardavam pela entrevista de Powell.

Mais tarde, as atenções estarão voltadas para o resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3), a probabilidade de alta de 100 pontos-base da Selic estava em cerca de 97% na véspera. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.

Às 16h34, o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha alta de 5 pontos-base, a 4,255%. Já o retorno do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento -- subia 3 pontos-base, a 4,583%.

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