MILÃO (Reuters) - A Telecom Italia (MI:TLIT) vai rejeitar qualquer movimento do investidor ativista Elliott para fundir a sua unidade brasileira TIM Participações (SA:TIMP3) com a rival Oi (SA:OIBR4), disse presidente-executivo da empresa italiana, Amos Genish, ao jornal Financial Times.
Genish afirmou que qualquer esforço para uma união seria "extremamente irresponsável". A Oi, a maior operadora de telefonia fixa do Brasil, está em processo de recuperação judicial.
A Elliott Advisors disse na terça-feira que comprou uma fatia da Telecom Italia e que está pronta para substituir alguns membros do conselho e promover uma melhora da estratégia, do valor e da governança do maior grupo de telefonia da Itália. O movimento da Elliott foi amplamente visto como uma tentativa para se mover para tentar abalar o modo como a Vivendi (PA:VIV), maior acionista, administra a empresa.
Os analistas especularam sobre um possível união entre a TIM Participações (SA:TIMP3) e a Oi há anos, e os mercados financeiros agora estão especulando que Elliott pode pressionar nesse sentido. O fundo ativista ainda não revelou as mudanças específicas que deseja.
Genish, que deve se encontrar com Elliot na sexta-feira como parte de um roadshow com investidores, disse ao jornal Financial Times que qualquer fusão com a Oi só beneficiaria os proprietários da Oi e colocaria em risco a promessa da Telecom Italia de retomar o pagamento de dividendos em 2019 e 2020.
A Telecom Italia apresentou sua estratégia para 2020 na quarta-feira, prometendo retornos mais altos aos acionistas, aumento da cobertura de banda larga e a oferta ampliada de conteúdo de vídeo, música e jogos para conquistar clientes.
Genish disse que na ocasião que não descartava a consolidação no mercado brasileiro, mas que era prematuro discutir qualquer vínculo potencial dada a situação atual da Oi. Ele acrescentou que a TIM tem potencial de crescimento significativo por conta própria e nenhuma fusão potencial deveria comprometer isso.
Os comentários foram confirmados pelo porta-voz da Telecom Italia
(Por Agnieszka Flak)