SÃO PAULO (Reuters) - A base de telefonia celular do Brasil encolheu em quase 12 milhões de linhas entre novembro e dezembro do ano passado, num forte aumento na tendência de queda nas linhas pré-pagas, enquanto a base pós-paga se manteve relativamente estável, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela agência reguladora do setor, Anatel.
Além da queda na telefonia celular, que em 2015 acumulou perda de cerca de 23 milhões de linhas ativas sobre 2014, a indústria de telecomunicações do país também amargou em dezembro novo recuo no número de clientes de televisão por assinatura.
Segundo os dados da agência, a base de assinantes de TV paga do país terminou 2015 em 19,05 milhões, uma queda de 2,7 por cento sobre a base de 2014.
Especialistas consultados pela Reuters comentaram recentemente que entre os motivos para a forte queda na base de telefonia celular do país, além da recessão, está o uso cada vez mais popular de aplicativos de mensagens como o WhatsApp. A combinação tem incentivado usuários a reduzir o número de chips em uso por aparelho o que acaba achatando a base nacional compilada pela agência.
Em dezembro, o número de chips pré-pagos em uso no país somou 184,5 milhões ante 196,6 milhões em novembro. Na comparação com o dezembro de 2014, houve uma redução de 16,3 milhões de linhas ativas. Enquanto isso, a base pós-paga teve leve crescimento entre 2014 e 2015, passando de 67,8 milhões para 73,2 milhões.
Vivo, que em novembro chegou a ver sua base de linhas subir, teve desconexões de 6,2 milhões de acessos em dezembro. Na sequência, a TIM teve cerca de 3 milhões de desligamentos de linhas, enquanto Claro viu a base recuar em 1,4 milhão de linhas e a Oi em 1,1 milhão. A Nextel foi a única das grandes operadoras do país a manter sua base em dezembro, ficando em 2,5 milhões de acessos.
Na TV por assinatura o movimento de retração verificado desde meados do ano passado continuou em dezembro, com perda de 117,3 mil clientes ante novembro, para 19,050 milhões de assinantes. A maior parte da queda ocorreu nos serviços de TV por satélite, cuja base caiu a 11,1 milhões de assinantes no final de 2015. Enquanto isso, os serviços via fibra ótica e a cabo tiveram incrementos leves, para 170.763 mil e 7.753.653 pagantes, respectivamente.
(Por Alberto Alerigi Jr.)