SÃO PAULO (Reuters) - A Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3) deve concluir neste ano plano de tornar sua rede de fibra disponível para 29 milhões de domicílios no país, e a expansão futura deve passar a se dar por meio de outras alternativas que incluem aluguel de redes neutras, afirmou o presidente-executivo da operadora, Christian Gebara, nesta quarta-feira.
"Certamente vamos crescer na disponibilidade de fibra nos próximos anos e esse crescimento pode vir de mais construção ou com sobreposição de redes já existentes, ou pode ser aluguel de capacidade de redes neutras que já existem no mercado", disse o executivo em entrevista a jornalistas após a publicação dos resultados da empresa de quarto trimestre na noite da véspera.
"Nosso crescimento futuro também pode vir de acordos comerciais com mais de uma rede neutra. Não vamos para de ter disponibilidade de fibra, mas não necessariamente terá de ser no ritmo de crescimento orgânico como fizemos até agora", acrescentou.
A Telefônica Brasil terminou 2023 com cerca de 700 mil novos clientes de serviços e de fibra.
Questionado sobre uma eventual proposta por ativos de fibra da Oi (BVMF:OIBR3), empresa que atravessa sua segunda recuperação judicial, Guebara afirmou que "é muito cedo para falar em qualquer tipo de oferta" diante das complexidades do processo de proteção contra credores e dos contratos já acertados com os clientes pela Oi.
A companhia não fez projeções de investimento para os próximos anos, após os cerca de 9 bilhões de reais aplicados em 2023, mas Guebara citou perspectiva de estabilidade, algo que não inclui eventuais operações de fusão e aquisição, diante do crescimento da empresa em 5G e alternativas de expansão em fibra.
A Telefônica Brasil tem plano de distribuir aos acionistas nos próximos três anos 100% "ou mais" do lucro líquido, lembrou o executivo. Em 2023, a companhia teve um resultado líquido positivo de 5 bilhões de reais.
(Por Alberto Alerigi Jr.)