Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3) pode ter um 2023 melhor do que o inicialmente previsto pelo BTG Pactual (BVMF:BPAC11), segundo as novas projeções do banco de investimentos. Apesar disso, a expectativa também estima dividendos menores para o próximo ano.
O BTG revisou as suas estimativas para a Telefônica, incluindo a aquisição da Oi Móvel. O banco aumentou a sua projeção para 2023 e estima que a receita da empresa avance +3%, para R$ 49,855 milhões, o Ebitda suba +4,1%, para R$ 20,050 milhões, e o fluxo de caixa livre operacional ganhe +7,5%, para R$ 3,892 milhões.
O Fluxos de Caixa Descontados derivado agora é de R$ 50, abaixo dos R$ 64 previstos anteriormente, porque o BTG passou a considerar um custo de capital próprio mais alto (+14,9%) e WACC (+13,7%) para descontar o fluxo de caixa (+23%).
Olhando para o próximo ano, o BTG aponta que as ações da Telefônica podem ser afetadas pela possível redução em seu dividend yield em 2023. Como seus lucros acumulados foram quase 100% pagos, os dividendos futuros dependerão dos lucros nos próximos trimestres.
Mas a incorporação da Oi (BVMF:OIBR3), juntamente com a inflação e as taxas de juros em alta, fizeram os lucros da Vivo caírem no 1S22, e o BTG considera que a empresa deve continuar sofrendo com isso no curto prazo. A expectativa é que haja uma queda de 5,1% no volume de dividendos distribuídos em 2023, para R$ 3,5 bilhões.
O BTG também não descarta a possibilidade da Telefônica optar por reduzir o seu capital social para entregar esse valor aos acionistas ano que vem. Atualmente a empresa tem um capital social de R$ 64 bilhões.
A Telefônica está sendo negociada a 4,2x EV/Ebitda 2023, o que é um patamar interessante segundo o banco de investimentos, que considera as ações descontadas.
O BTG mantém a sua indicação de compra sobre as ações da Telefônica, mas cortou o preço-alvo de R$ 64 para R$ 50.