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Temor com inflação local e ruídos políticos empurram Ibovespa para baixo

Publicado 29.06.2021, 08:21
© Reuters.  Temor com inflação local e ruídos políticos empurram Ibovespa para baixo
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O Ibovespa ignora a alta das bolsas americanas nesta manhã e segue renovando mínimas, já operando na faixa dos 126 mil pontos. A queda é praticamente generalizada entre os índices setoriais na Bolsa brasileira. A exceção é o metálico (alta de 1,43%). As ações do segmento de commodities metálicas sobem mesmo após recuo de quase 3% nas cotações do minério de ferro na China, com destaque para Vale (SA:VALE3) (alta de 1,30%).

Internamente, especialistas citam algumas variáveis por trás desse recuo do Ibovespa, sendo o principal deles o político, além da proposta da segunda fase da reforma tributária, que continua sendo mal recebida.

"Muitos acreditam que a reforma não passará, mas acaba incomodando, dadas as expectativas de tributação de dividendos, dentre outras medidas do projeto. Na dúvida, o investidor vende", cita um operador, acrescentando ainda a pressão sobre o setor elétrico no dia em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgará a nova tarifa da bandeira vermelha. "Apesar do IGP-M mais baixo que o esperado, a inflação preocupa, o temor de racionamento segue no radar", diz.

Lá fora, apesar do espalhamento da contagiosa variante Delta do coronavírus pelo mundo, as bolsas sobem após dados positivos de confiança na Europa e de expectativa otimista com dados de emprego dos EUA esta semana.

O tom parcimonioso também reflete no dólar que sobe ante o real, apesar do anúncio pelo Tesouro de reabertura do global 2050 em nova emissão no exterior, o que é considerado positivo por analistas.

"Tivemos dados de confiança melhores que o esperado na Europa, mas, de outro lado, há a preocupação com a propagação global da variante delta. Porém, em termos de indicadores, a manhã está mais fraca, devendo esquentar mesmo amanhã com a divulgação da criação de vagas do setor privado nos EUA ADP", descreve Cássio Bambirra, sócio e head da mesa de operações da One Investimentos.

O investidor aguarda a definição do valor de reajuste da bandeira vermelha 2 de energia elétrica, que deve encarecer mais, em meio à situação crítica dos reservatórios do País, colocando nova pressão sobre a inflação e sobre ações do setor elétrico e de consumo principalmente.

Além disso, desagradar ao setor na B3 (SA:B3SA3) a Medida Provisória que propõe, por exemplo, transferir ao governo federal a definição de ações de forma individual, que podem afetar negativamente lagos de regiões turísticas ou operações de hidrovias. A medida é uma das anunciadas ontem pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em pronunciamento oficial em cadeia de rádio e TV, no enfrentamento da crise hídrica.

A despeito das preocupações com a pressão inflacionária no Brasil, Bambirra pondera que o IGP-M de junho (0,60% ante 4,1% em maio, menor desde igual mês de 2020). "Muitos analistas atribuem a desaceleração ao dólar abaixo de R$ 5,00. Isso traz um alívio apesar da crise hídrica, mas o risco inflacionário existe", afirma.

Na opinião de Bambirra, a proposta de aumento na tributação de lucros e dividendos que faz parte da segunda fase do projeto da reforma tributária ainda continua incomodando o investidor, apesar de relatos de que a alíquota pode ser de 15%, e não mais de 20%. "Vimos fundos imobiliários caindo, mas o setor de consumo pode se beneficiar com a isenção de imposto de renda para a população com menor poder aquisitivo, que, ao pagar menos, pode destinar parte desses recursos para o consumo", estima.

No caso do político interno, o investidor segue de olho nas denúncias de corrupção sobre compras da Covaxin. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a notícia-crime protocolada por senadores da CPI da Covid que pedem abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação no caso envolvendo a compra da vacina indiana.

Às 11h04, o Ibovespa cedia 0,65%, aos 126.598,74 pontos, após mínima aos 126.526,92 pontos e máxima aos 127.507,18 pontos.

Em tempo: após saída no dia 23, o fluxo de estrangeiro na B3 foi positivo em R$ 682 milhões na última sexta-feira, 25, quando o Ibovespa cedeu 1,74%, aos 127.255,61 pontos.

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