Temor com juros mais altos no Brasil e nos EUA impede Ibovespa de seguir alta de commodities

Publicado 10.01.2025, 08:50
Atualizado 10.01.2025, 12:10
© B3 Temor com juros mais altos no Brasil e nos EUA impede Ibovespa de seguir alta de commodities

A valorização das commodities estimula principalmente alta das ações da Vale (BVMF:VALE3) e da Petrobras (BVMF:PETR4), mas é insuficiente de animar o Ibovespa no início do pregão desta sexta-feira, 10. Após subir 0,23%, indo à máxima de 120.052,48 pontos, passou a cair e a renovar mínimas em torno dos 119 mil pontos. Primeiramente, refletiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) forte em dezembro e em 2024. Depois essa postura defensiva ganhou reforço do relatório de emprego americano, que mostrou que a atividade dos EUA segue aquecida.

Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA. O indicador apresentou alta de 0,52% em dezembro ante 0,39% em novembro, ficando um pouco abaixo da mediana de 0,53% das expectativas. Desta forma, o IPCA encerrou 2024 com uma taxa de inflação de 4,83%, acima do teto da meta de 4,50% e da variação de 4,62% vista em 2023. Agora, o Banco Central escreverá a carta ao Ministério da Fazenda justificando o rompimento da meta. O documento será entregue às 18 horas.

Após a divulgação do IPCA, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o governo quer e buscará um indicador dentro da meta neste ano. Ele ponderou que o cenário aponta que a safra deste ano tende a ser melhor, mas alertou que há pressões vindas do câmbio.

Para o Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), apesar de ter ficado dentro do esperado, o IPCA indica um qualitativo um pouco pior do que o esperado. "De maneira geral, os núcleos de inflação seguem pressionados e não devem arrefecer nas próximas divulgações", estima o Itaú, em relatório assinado pela economista Lucian Rabelo.

Em meio à inflação elevada em 2024 e expectativas de resiliência em 2025, os juros futuros avançam e contaminam o dólar, que ainda reflete o payroll dos EUA, informado nesta manhã. Neste cenário, as apostas de elevação da Selic de 12,25% para 14,25% até março não mudam, em meio às constantes incertezas fiscais, com a nova gestão de Donald Trump à frente da Casa Branca, que têm elevado o dólar ante o real.

"A tendência é o dólar seguir forte, acima dos R$ 6,00. Isso é mais inflação. O ano deve ser bastante desafiador aos ativos brasileiros", avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, ressaltando que a entrada de fluxo tradicionalmente esperada no início do ano pode não acontecer por conta das incertezas com inflação e juros aqui e no mundo.

Nos EUA, ainda há chance de corte de 0,25 ponto porcentual nos juros em 2025, mas essa possibilidade diminuiu após o payroll. A economia dos Estados Unidos criou 256 mil empregos em dezembro, ante previsão de geração de 150 mil postos. A taxa de desemprego dos EUA caiu para 4,1% em dezembro, ante 4,2% em novembro.

Nesta manhã, o dólar avançou à máxima de R$ 6,1248, e as bolsas americanas caem enquanto os rendimentos dos Treasuries avançam "Dólar alto contrata uma inflação também mais alta", pontua Felipe Moura, analista da Finacap. "É efeito dominó, pois este quadro tende a esfriar a economia, exigir uma Selic maior", completa.

Em meio à piora dos mercados no final de 2024, em parte devido à desconfiança fiscal, agentes do mercado, economistas e empresários revisaram os cálculos de suas projeções, o que normalmente, diz, aconteceria agora. "A decepção com o pacote de corte de gastos foi o gatilho para a piora nas projeções, e o mercado ficou mais defensivo. Ainda não há condutores que levem a uma melhora, o volume de negócios está fraco. Então, fica à deriva", avalia o analista da Finacap.

Às 11h26, Vale subia 0,16% e Petrobras avançava em torno de 1,00%, em meio ao avanço das commodities. Já ações mais sensíveis ao ciclo econômico eram destaque de baixa, caso de Pão de Aúcar (-4,56%), que puxava o grupo das maiores perdas do Ibovespa que, por sua vez, caía 0,57%, aos 119.092,45 pontos, depois de ceder 0,61%, na mínima em 119.054,60 pontos. Na máxima, subiu 0,23% e marcou 120.052,48 pontos. O petróleo avança para a casa dos 5,00% e o minério de ferro fechou com alta de 0,40%, hoje em Dalian, na China.

Ontem, o principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) fechou com valorização de 0,13%, aos 119.780,56 pontos, após ter alcançado a marca dos 120 mil pontos na máxima da sessão.

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