O clima desfavorável no exterior empurra o Ibovespa para o campo negativo neste primeiro dia útil da semana - ontem o mercado doméstico e o dos EUA ficou fechado por conta de feriado. As ações de empresas ligadas a commodities, sobretudo ao petróleo recuam. Nesta terça, a matéria-prima cai de forma expressiva, na faixa entre 5% (Londres) e 7,00% (Nova York), diante de preocupações de que ocorra um aumento no número de novos casos de covid-19 nos EUA após o feriado do Dia do Trabalho, comemorado ontem, o que pode atrapalhar a retomada econômica global. O movimento influencia ainda mais a queda das bolsas europeias e em Nova York, que passam por mais uma dia de ajustes depois dos recordes recentes. Além disso, pairam preocupações na Europa.
Os papéis da Petrobras (SA:PETR4) sofrem os efeitos do recuo do petróleo e ainda da notícia de que a estatal está com cinco unidades marítimas de produção da commodity paradas.
Já a Vale (SA:VALE3) informou que não chegou a um acordo com a New Century Resources Limited (NCZ), mineradora australiana, envolvendo a venda de sua participação de 95% na Vale Nouvelle Caledonie S.A.S. (VNC), produtora de níquel, na França. Isso encerra um período de exclusividade com a New Century Resources.
O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, na China, por sua vez, fechou em leve alta de 0,01%, a US$ 129,12 a tonelada. Ainda assim, os papéis cediam 2,26%, às 10h47. Já os da Petrobras recuavam 4,10% (PN) e 4,67% (ON).
O debate sobre o Brexit está de volta ao centro das atenções, e um cenário de saída da União Europeia sem acordo é cada vez mais provável, cita Roberto Attuch Jr., CEO da Omninvest. "Aparentemente, cita, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson teria concluído que o acordo que ele mesmo firmou com a UE é contraditório em função da questão da fronteira com a Irlanda", avalia.
Já na Alemanha, acrescenta o CEO, Angela Merkel está pressionada para abandonar o Gasoduto Nord Stream 2, da Rússia para a Europa. Às 9h49, o Ibovespa futuro caía 1,01%, aos 99.980 pontos.
No Brasil, os olhares dos investidores se concentram nos atritos entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a criação de fundos para o desenvolvimento regional. Ficam ainda atentos ao andamento da reforma administrativa.
A Câmara dos Deputados poderá votar na quarta-feira, 9, projeto de resolução que permite o funcionamento de algumas comissões, como a de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que é por onde deve começar a tramitar a reforma.
Depois de sinais de melhora nas relações entre executivo e legislativo, que ajudaram a esfriar os ânimos e alimentar a expectativa de avanços na agenda, "o mal estar explicitado entre Maia e Guedes faz o contraponto", observa em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.
No campo corporativo, o destaque é assembleia geral da Oi (SA:OIBR3), nesta terça-feira. A Anatel decidiu votar favoravelmente à aprovação do aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi na assembleia geral de credores que será realizada na terça-feira.
Além disso, a operadora de telefonia confirmou a qualificação de "stalking horse" para a proposta conjunta de Claro, TIM e Vivo para a aquisição da sua operação de telefonia móvel, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Às 10h37, TIM ON (SA:TIMP3) subia 1,63%, enquanto Vivo PN tinha alta de 0,68%.