Investing.com - A percepção de desaceleração econômica global foi reforçada nesta semana, com indicadores europeus trazendo desânimo aos investidores. A indústria alemã registrou, inesperadamente, o quarto mês consecutivo de queda na quinta-feira (07), com perdas de 0,4% ante consenso de alta de 0,7%.
O Banco Central Europeu divulgou, também na quinta-feira, cenário de crescimento menor à economia da zona do euro. Os indicadores de demanda avaliados pela instituição estão mais fracos que o esperado, segundo o próprio BCE, embora consistente com a política monetária decidida na reunião de 24 de janeiro. Já o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve inalterada a taxa básica de juros pela quarta reunião consecutiva, a última antes do Brexit. O cenário do BoE também é de diminuição do crescimentos econômico do país, com desaceleração no fim de 2018 e mais acentuada em 2019, refletindo incertezas externas e internas (Brexit).
Os mercados da Ásia não abriram esta semana por causa da celebração do Ano Novo Lunar. Mesmo assim, os chineses estiveram no centro da formação do balanço de riscos dos investidores, com a declaração do presidente dos EUA Donald Trump de não encontrar o líder Xi Jinping antes do prazo de encerramento das negociações comerciais entre os dois países em 1º de março. A fala de Trump foi interpretada como um distanciamento de um desfecho com acordo entre os dois países e risco de taxação de US$ 200 bilhões de produtos chineses importados pelos americanos pela Casa Branca.
A semana se encerrou em Wall Street com o sentimento de aversão ao risco por causa do risco cada vez mais confirmado de menor crescimento global e da guerra comercial sino-americana. Diferentemente do início da semana, com os índices subindo na segunda e terça-feira com a temporada de balanços, com a maioria das empresas apresentando resultado acima do consenso, especialmente as de tecnologia, apesar de projeção de aumento de custos em 2019 dos principais players do segmento. Por isso, Nasdaq, índice de tecnologia em Nova York, fechou no positivo a semana, com valorização de 0,29%. Dow Jones perdeu 0,15% e S&P cedeu 0,26%.
A guerra comercial e a desaceleração impactam negativamente a demanda o mercado internacional de petróleo, provocando uma perda da ordem de 3% na quinta-feira e impulsionando a queda semanal. O petróleo WTI, negociado em Nova York, encerrou a semana com queda de 4,58% a US$ 52,72. O Brent, referência global da commodity e cotado em Londres, teve perdas menores, fechando a sexta-feira em US$ 62,05, queda de 1,12%.
Além disso, informações relacionadas à oferta também movimentam o petróleo. Segundo Ellen R.Wald, colunista de Investing.com, as sanções americanas à estatal petrolífera da Venezuela ainda não foram precificadas, diferentemente dos cortes anunciados pela OPEP, que conseguiram cumprir 76% das metas estipuladas em dezembro, mas foram de forma involuntária - graças à redução da produção e exportação de Venezuela, Líbia e Irã. Em relação à restrição da oferta, há dúvidas se a Rússia vai cumprir a sua cota de participação, como explica o colunista de Investing.com Barani Krishnan.