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Temporada de balanços premia bancos que melhor se anteciparam em cenário turvo

Publicado 11.11.2022, 15:36
Atualizado 11.11.2022, 16:05
© Reuters
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Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A temporada de resultados do terceiro trimestre de grandes bancos brasileiros de varejo mostrou um raro desalinhamento de estratégias no setor, com Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) saindo como claros vencedores, enquanto Santander Brasil (BVMF:SANB11) e Bradesco (BVMF:BBDC4) enfrentando dúvidas incômodas do mercado.

Mais do que a diferença na última linha do resultado, com os dois primeiros atingindo ou superando previsões de lucro, e frustração com os dois últimos, o tom dos comentários pós-balanços mostrou a percepção de que Itaú e BB têm maior "visibilidade", mostrando o grande foco dos analistas em sentir se a gestão dos bancos conseguiu mostrar que tem o pulso da situação num ambiente que ainda promete muitas incertezas.

Aquele que até agora mais se aproximou das próprias previsões para 2022, o Itaú Unibanco foi recepcionado com reforço nas recomendações de analistas para compra das ações, após ter divulgado na véspera não só um controle maior do que os rivais na qualidade da carteira de crédito no terceiro trimestre, como também seus índices antecedentes indicarem que isso deve continuar na primeira metade do ano que vem.

"As habilidades superiores de execução e comunicação da administração reforçam nossa visão de que o Itaú merece negociar com valor superior a seus pares", afirmaram em relatório Mario Pierry e Flavio Yoshida, do Bank of America (NYSE:BAC).

"O Itaú parece estar superando seus pares privados praticamente em todos os lugares. Vem gerenciando melhor sua carteira de crédito e sua gestão de ativos e passivos (...) e mostrando que o capitão, Milton Maluhy, tem total controle do navio", comentou em relatório a equipe do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) liderada por Eduardo Rosman.

Entre outros fatores, analistas citaram como bases para o aumento de rentabilidade do Itaú Unibanco, para 21%, a concentração em linhas de crédito menos arriscadas, como de grandes empresas, e um rigor maior na concessão de empréstimo sem garantia, como cartão de crédito e pequenas empresas, justamente as linhas que mais sofreram num ambiente em que juros e inflação juntos concorreram para esmagar a renda disponível dos tomadores recentemente.

Foi em parte o que também aconteceu com o Banco do Brasil, apoiado também pela sua forte liderança no agronegócio, que não só entregou lucro muito acima do esperado, como ainda melhorou a previsão dessa linha e do crédito deste ano e também indicando ganho de margens adiante.

"O salto de lucro no trimestre mostrou que bons fundamentos do BB são rígidos e em um momento completamente diferente (e melhor) do que alguns pares privados", comentou em relatório a equipe do Itaú BBA liderada por Pedro Leduc, reforçando a visão positiva para 2023, mesmo diante das incertezas ligadas à mudança no governo federal, controlador do banco.

O conjunto de indicadores do BB divulgado na quarta-feira ganhou relevo por ter vindo apenas um dia após o Bradesco ter ido numa direção diametralmente oposta, duramente atingido pela alta dos calotes e pela segunda alta na estimativa de provisões de 2022, para um número 56% maior do que o esperado no começo do ano.

"Enfrentamos uma tempestade perfeita", resumiu o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, a jornalistas, horas antes das ações do banco fecharem em queda de 17%, cortando o valor de mercado da instituição em 31 bilhões de reais.

Como consequência, Citi e BTG cortaram a recomendação da ação do Bradesco, ao preverem lucros menos do banco para até 2024. "É difícil não acreditar que possa haver algo mais estrutural explicando a diferença de desempenho (em relação aos pares)", afirmaram Eduardo Rosman e equipe do BTG Pactual. "A recuperação dos resultados e da confiança do mercado não será rápida."

© Reuters. Notas de 200 reais
02/09/2020
REUTERS/Adriano Machado

A figura do Bradesco surpreendeu até mesmo aqueles que se frustraram com o balanço do Santander Brasil, há duas semanas, já que ambos são vistos como os grandes bancos de varejo mais expostos aos chamados ciclos de crédito.

Além de lucro abaixo do esperado, o Santander Brasil também foi percebido por analistas do Safra com piora em várias linhas do balanço, como aumento nas provisões, margem financeira e receitas com serviços.

O presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, sinalizou na apresentação dos resultados que a margem financeira continuaria pressionando os resultados do banco em 2023.

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