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Tese de Investimento: Enjoei.com surfa em tendências, mas execução é desafio

Publicado 27.05.2021, 14:49
Atualizado 28.05.2021, 17:50
© Reuters.

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Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - E-commerce e ESG, os dois conceitos que gerem boa parte do comportamento das gerações Z e Y, caíram no gosto do mercado nos últimos meses ao mostrarem que não há mais escapatória quando o assunto é conquistar o público-consumidor mais novo. Ainda assim, a Enjoei.com (SA:ENJU3), brechó online que une essas duas premissas tão em alta, divide a opinião de investidores e analistas na hora de colocarem o papel nas carteiras de investimento.

Com um nicho de mercado exclusivo no Brasil - a própria administração aponta que não existem concorrentes diretos no momento -, a história da companhia dialoga com o cenário no qual faz sucesso. Ana Laura McLaren e Tiê Lima começaram o negócio como um blog em 2009, no qual vendiam as próprias roupas usadas e a dos amigos, levantando também debates sobre economia circular e sustentabilidade.

O conceito, unido à experiência prévia de Lima com e-commerce na Submarino, e depois B2W (SA:BTOW3), virou loja virtual em 2012 e, em novembro de 2020, estreou na bolsa brasileira com uma oferta inicial de ações que movimentou R$ 1,1 bilhão. No primeiro trimestre de 2021, a Enjoei.com faturou R$ 172 milhões em volume de vendas geral (GMV), uma alta de 104% na base anual, com 202 mil novos compradores, avanço de 107%.

Hoje, a plataforma oferece desde roupas e acessórios de moda até itens de decoração, móveis, eletrônicos e produtos para pets, na maior parte usados, e ofertados por estoques de terceiros, em um formato exclusivamente 3P.

Com isso, os produtos comercializados dentro do site vêm de vendedores de todo o país e não chegam a passar por um centro de distribuição da Enjoei.com, até o início deste ano dependendo quase inteiramente do serviço dos Correios. Agora, um investimento massivo em parcerias logísticas fez com que essa fatia caísse consideravelmente.

Mas é esse formato que, segundo analistas, aumenta o risco de execução da companhia e o principal ponto de preocupação do mercado, que vê isso como um problema no caso da entrada de outros players mais bem estruturados no futuro. A Enjoei.com teve prejuízo líquido de R$ 31,8 milhões no primeiro trimestre, 23 vezes maior do que na comparação anual, impulsionado justamente pelas campanhas de frete grátis e de outros subsídios para reter usuários, que levaram as despesas operacionais a R$ 39 milhões.

Em resposta, em fevereiro deste ano, o serviço postal dos Correios era responsável por 78,3% dos envios dos produtos comercializados dentro da plataforma, enquanto que, no início de maio, segundo apresentação da companhia, a fatia caiu para 28,2%.

Essa semana, Tiê Lima, hoje CEO do brechó online, disse, durante evento promovido pelo BTG Pactual (SA:BPAC11), que “crescimento e lucratividade não são coisas opostas, só precisam estar alocados no tempo da melhor maneira possível”, explicando por que a empresa tem aumentado os investimentos e gerado mais despesa com isso.

Segundo ele, o foco agora são os vendedores e o aumento do inventário de produtos, com o objetivo de dobrar o número de compras anual dos clientes recorrentes.

A estratégia visa mitigar os gargalos da ponta vendedora, que levam a nota da empresa na plataforma ReclameAqui, site de reclamações contra empresas, para 5,3, de uma escala de 0 a 10, em abril. Os questionamentos vão de pagamentos estornados até pedidos não entregues, demora no atendimento e cobrança de muitas taxas.

Em comparação, as notas do Magazine Luiza (SA:MGLU3), Lojas Americanas (SA:LAME4) e Casas Bahia, da Via (SA:VVAR3), todas players que trabalham com marketplace, eram de 8,4, 8,6 e 7,4, respectivamente.

Confira as duas teses sobre a Enjoei.com defendidas pelos analistas consultados pelo Investing.com:

Bull Case: a tese de alta

Para Danniela Eiger, analista de varejo da XP Investimentos, a Enjoei.com se aproveita de três tendências principais: crescimento do mercado eletrônico no Brasil, desenvolvimento do mercado de segunda mão e das tendências ESG, sigla em inglês para meio-ambiente, sociedade e governança.

Ela aponta ainda que a Enjoei.com tem uma exposição privilegiada para a retomada do comércio de varejo, segmento fortemente prejudicado durante a pandemia por conta da maior presença das pessoas em casa e pelas restrições com gastos não-essenciais.

“A Enjoei está numa categoria de crescimento, por ser uma plataforma de e-commerce que foi beneficiada no último ano, mas também é varejo de moda, que tende a ter uma recuperação à medida que as pessoas voltarem a comprar roupas”, comenta.

A XP, que tem recomendação de Compra para o papel, prevê um crescimento anual médio entre o final de 2020 e de 2025 de 26% para o comércio eletrônico brasileiro, considerando que a penetração ainda está bem abaixo de outros países como China, com 35%, Reino Unido e Coreia do Sul, ambos com 22%.

Por aqui, diz a corretora, a fatia ficou em 6% em 2019 e 9% em 2020 - isso em um país que ocupa a terceira posição mundial em tempo de permanência em redes sociais, segundo o Global Digital Report, relatório publicado anualmente pela Hootsuite em parceria com a We Are Social.

E é justamente a interface “divertida” e quase parecida com gaming que coloca a Enjoei.com em uma boa posição para se aproveitar dessa tendência dos brasileiros de comprarem mais produtos online, diz Eiger.

“Não é um e-commerce tradicional, que é direto. É uma experiência de ‘window shopping’, como se você estivesse vendo as vitrines do shopping, só que online”.

Já para Henrique Florentino, analista da Empiricus, explica que o principal argumento para a tese de investimentos de Compra para a ação é a carona que a Enjoei pega na tendência secular de consumo mais consciente, tão demandada pelas novas gerações e que cada vez mais se torna intrínseca ao comportamento do consumidor.

Ele aponta que, à medida que as gerações mais ou menos à frente de 1980 forem subindo nos degraus de poder de compra, a mudança de abordagem na hora de comprar roupas ou acessórios ficará mais latente, impulsionando negócios que tenham as siglas ESG na estrutura básica.

“Consumir produtos que já foram utilizados e que seriam descartados, sem consumir energia ou matérias-primas, tem um apelo com essas gerações que estão vindo”, comenta.

Ele cita uma pesquisa da consultoria Ernst&Young que mostra que 49% dos consumidores querem priorizar o meio-ambiente e as mudanças climáticas tanto na maneira em eles vivem como nos produtos que consomem. Para 26%, sustentabilidade será o critério mais importante daqui para frente.

“O que faz mais sentido é que é mais uma questão de consumo consciente do que de preço. Claro que preço importa, mas o novo consumidor está igualmente interessado em causar menos impacto com o consumo”, aponta Florentino.

Bear Case: a tese de baixa

“O modelo de negócios da Enjoei.com é muito novo e, por isso, ainda precisa se provar”, diz João Daronco, analista da Suno Research. Para ele, a falta de competidores é o que faz com que a companhia seja capaz de aplicar altas taxas em cima dos produtos vendidos na plataforma.

Segundo o guia do site, para mercadorias com valor de até R$ 100, a Enjoei.com cobra uma comissão de 18,5% sobre a venda, somada a uma tarifa fixa para produtos de acordo com o valor de cada item. Já para produtos com valor acima de R$ 101, cobram uma comissão de 20% sobre a venda, somada à mesma tarifa fixa.

Segundo eles, as taxas são cobradas por serviços como de intermediação, meios de pagamento, segurança e demais custos da plataforma, além de cupons de desconto, fretes promocionais e condições especiais de parcelamento.

No Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34), em termos de comparação, as taxas variam entre 11% e 14% dos produtos vendidos, enquanto na OLX, a taxa de 10%.

Segundo Daronco, isso, e o fato de a Enjoei.com ter um modelo de negócios “facilmente replicável”, abrem precedentes para que futuros competidores entrem com facilidade no mercado.

“O que prende um usuário a um site e não ao outro? Nada, ele pode publicar em ambos e, no que vender mais rápido, melhor para ele. Isso faz com que a barreira de entrada seja muito baixa e o modelo seja copiável, o que me deixa inseguro em relação à companhia”.

Em novembro de 2020, a Arezzo&Co (SA:ARZZ3), controladora das marcas Arezzo, Schutz e Anacapri, fechou a compra de 75% do brechó online Troc, que opera de maneira similar à Enjoei.com. A plataforma, no entanto, cobra taxas de 30% a 60% para a revenda dos produtos.

Outro risco, dessa vez também levantado por Eiger, da XP, é o de pirataria, que poderia manchar a imagem da empresa e demandar mais gastos de marketing.

Últimos comentários

Eu literalmente enjoei da enjoei. kkkk
Acredito que a Enjoei esta bem longe dis conceitos ESG. A quantidade de vendedores que usam a plataforma para revenda de produtos falsificados é alta. Acredito ser muito dificil a direção da Enjoei não está ciente disto. Quando as marcas agirem judicialmente contra o Enjoei, por intermediar este tipo de comércio.... Lembrando que produtos piratas = mão de obra infantil, abusiva e em más condiçoes.
Já usei a plataforma. As minhas considerações foram as seguintes: Pra quem vende: pagam-se muitas taxas, e também não achei boa a exposição, é sempre muito parado, no mercado livre vendo mais rápido e no Facebook marketplace mais rápido ainda, ambos sem taxas para produtos usados. Para quem compra: produtos no geral muito caros, pois os vendedores tentam repassar as taxas incluindo no valor dos produtos. Como disseram, várias falsificações, tem que ficar esperto.
você vai anunciar um produto por r$ 100, r$ 20 a enjoei vai ficar de comissão, depois que o dinheiro for para enjoei você tem que pagar uma taxa para transferir para sua conta que vai em torno de 5 a r$ 7, no final você vai ficar com menos de r$ 70, e você não consegue mandar seus dados no chat com o cliente, se você precisa vender alguma coisa Você vai vender pelo OLX ou mercado livre , ação pode ser boa mas a empresa e seu sistema não é
O que chama mais atenção é lentidão na decisão de buscar parceria para diminuir a dependência do correio e mais frete grátis não existe alguém paga por ele!
Lendo o texto todo esperando aparecer o risco da pirataria!!! Ja existem blogs e processos formados por pessoas que acreditaram e pagaram por um valor de um produto de luxo de segunda mâo, portanto mais barato que na loja, porem ainda assim com um valor alto, e receberam um produto pirata.
Nao é um site de venda de usados ou Brechó como dizem, é um marketplace de falsificacões. Entre lá e me prove o contrario!
Famosa canoa furada. Apenas para quem quer rasgar dinheiro
O negócio e o seguinte: todas as corretoras levavam "jabá" para fazer análise positiva de empresas que operam na bolsa. Elas só apresentam o faturamento das empresas mas não falam das despesas, já que a maioria operam com prejuízo.
Q tese de investimento oq?! Falem do top historico ... aaaaa ja sei... ng viu nada... kkkkkkkkkk🤣
Essa empresa precisa melhorar sua relação com os consumidores e vendedores, pos sua avaliação e negativa no reclame aqui.
... só louco p "investir" numa empresa que concorre diretamente como mercado livre... alem de ser um brechó... perde o sentidodiante dos Ipos do mesmo período. O que dizer então quando olhamos p varejo num todo... triste e simples assim.
Só analista de banco pra recomendar essa porcaria
, levam "jabá". Nunca vi uma coisa tão prostituída como o mercado de ações. Só ganham quem tem informações privilegiadas.
Só louco pra comprar cuecas usadas.
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