FRANKFURT (Reuters) - A alemã ThyssenKrupp disse que pode voltar a apresentar lucro pela primeira vez em três anos e elevou suas previsões para o ano fiscal, uma vez que uma reviravolta em sua siderúrgica brasileira e a demanda por elevadores e fábricas químicas impulsionaram seu resultado trimestral.
A ThyssenKrupp elevou nesta quinta-feira a previsão para seu ano fiscal encerrado em setembro para "equilíbrio entre receitas e despesas a lucro líquido levemente positivo".
O presidente-executivo da empresa, Heinrich Hiesinger, tem tentado promover mudanças após uma desaceleração no setor siderúrgico global e uma investida falha nas Américas causar perdas e impedir o grupo de pagar dividendos a acionistas por dois anos consecutivos.
Ele cortou custos e vendeu negócios não essenciais para reduzir a exposição da companhia à volatilidade do setor siderúrgico e fechar uma defasagem ante rivais mais rentáveis.
A ThyssenKrupp havia previsto anteriormente uma melhora significativa do resultado, após divulgar prejuízo líquido de 1,5 bilhão de euros (2 bilhões de dólares) em 2013.
A ThyssenKrupp também disse nesta quinta-feira que agora projeta que o lucro antes de juros e impostos (Ebit) dobre neste ano fiscal ante 586 milhões de euros no ano fiscal anterior.
Hiesinger tem enfrentado repetidos reveses. As finanças cada vez mais deterioradas da companhia a forçaram a pedir dinheiro a acionistas no fim do ano passado, grandes acordos foram apenas parcialmente bem sucedidos e surgiram problemas de conformidade custosos e embaraçosos.
Ele tentou vender o negócio Steel Americas da ThyssenKrupp, mas conseguiu encontrar um comprador para apenas metade do negócio - uma fábrica de processamento no estado norte-americano do Alabama - deixando a empresa com uma siderúrgica deficitária no Brasil.
No entanto, no terceiro trimestre fiscal até o final de junho, a usina brasileira surpreendentemente voltou ao lucro operacional, ajudando o grupo a quase triplicar seu Ebit ajustado para 398 milhões de euros, superando uma estimativa média de 357 milhões de euros de analistas.
O resultado também foi impulsionado por um salto no negócio de siderurgia na Europa --onde a ThyssenKrupp está cortando mais de 2 mil postos de trabalhos --, reestruturação no negócio de elevadores e a demanda por fábricas de fertilizantes.
(Por Maria Sheahan)