Por Tracy Rucinski
CHICAGO, Estados Unidos (Reuters) - Sindicatos que representam comissários de bordo de três companhias aéreas norte-americanas que operam jatos Boeing 737 MAX afirmaram que estão mais relutantes em apoiar o retorno dos voos do avião após audiências no Congresso dos Estados Unidos nesta semana.
Os líderes dos sindicatos de comissários da Southwest Airlines e da United Airlines aderiram a exigências de colegas para terem papel ativo nas decisões de reguladores e de companhias aéreas na volta dos voos do 737 MAX, após duas quedas que mataram centenas de pessoas na Indonésia e Etiópia entre 2018 e o início deste ano.
Os dois sindicatos falaram depois de notícias de que o presidente do sindicato de comissários da American Airlines enviou uma carta ao presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, afirmando que as audiências do executivo no Congresso norte-americano nesta semana criaram dúvidas sobre a supervisão em torno do 737 MAX.
"Os emails, o testemunho... tudo leva a mais dúvidas que respostas", disse Chad Kleibscheidel, do sindicato de comissários da Southwest em referência a mensagens trocadas por funcionários sobre a segurança da aeronave antes de ser certificada em 2017. As mensagens foram divulgadas durante as audiências.
A Southwest é a maior operadora do 737 MAX no mundo e tem mais de 15 mil comissários de bordo treinados no avião.
Sara Nelson, presidente da Associação de Comissários de Bordo (CWA), que representa funcionários de 20 companhias aéreas, incluindo a United, disse: "Esta semana marcou um passo atrás no processo, não adiante."
O porta-voz da Boeing Gordon Johndroe afirmou em comunicado que a companhia está comprometida em fornecer aos comissários, pilotos e companhias aéreas a informação de que precisam para voltarem a ter confiança na aeronave.
Os comissários de bordo dos EUA foram um dos grupos responsáveis por pedidos à agência de aviação do país (FAA) para suspender os voos do 737 MAX, após um jato do modelo operado pela Ethiopian Airlines mergulhar para o chão após decolar de Adis Ababa em 10 de março, cinco meses após uma queda semelhante ocorrida com jato operado pela indonésia Lion Air. Os incidentes juntos mataram 346 pessoas.
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Os pilotos da Southwest processaram a Boeing para cobrar salários durante a suspensão dos voos do 737 MAX. "Os comissários de bordo também foram duramente atingidos", disse Kleibscheidel, que preside o sindicato de comissários da Southwest, o Transport Workers Local 556.
"As pessoas têm contas para pagar e bocas para alimentar. Sem aviões, sem pagamento."
(Por Tracy Rucinski)