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Tribunal do Cade aprova sem restrições compra da LafargeHolcim no Brasil pela CSN

Publicado 17.08.2022, 12:12
© Reuters. Trabalhador usa cimento em obra
09/03/2016
REUTERS/Nacho Doce
CSNA3
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SÃO PAULO (Reuters) -O Tribunal do Cade aprovou nesta quarta-feira por unanimidade a compra dos ativos brasileiros da maior cimenteira do mundo, LafargeHolcim, pela CSN (BVMF:CSNA3), sem restrições.

Além de diversificar o grupo para o Centro-Oeste, o negócio transforma a CSN em uma das maiores produtoras de cimento no país, com capacidade de mais de 16 milhões de toneladas por ano e rivalizando com os grupos Votorantim e InterCement.

Apesar de citarem concentrações significativas em algumas regiões do país, os conselheiros do órgão de defesa da concorrência afirmaram que elas por si só não impedem que a operação seja aprovada.

"Há rivalidade suficiente para não nos preocuparmos com a competição, apesar das concentrações serem significativas", afirmou o relator do caso, Luis Henrique Bertolino Braido, durante leitura de seu voto.

A venda incluiu cinco fábricas integradas de cimento da Holcim, quatro moagens, seis sites de agregados e 19 instalações de produção de concreto que estão espalhadas por Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

"A operação vem após o cartel de cimentos, que é algo que preocupa a todos. É um mercado concentrado...Mas a CSN não foi condenada no cartel de cimentos...Não há qualquer evidência", ponderou Braido.

O conselheiro Gustavo Augusto, por sua vez, afirmou que a maior prova de que há uma rivalidade no mercado é o fato de que "o sétimo grupo (CSN) está comprando o terceiro (LafargeHolcim)".

"O remédio de desinvestimento, nesse caso, iria em sentido contrario à competição", acrescentou Augusto.

© Reuters. Trabalhador usa cimento em obra
09/03/2016
REUTERS/Nacho Doce

O negócio foi acertado em setembro do ano passado, por 1,025 bilhão de dólares, e adiciona capacidade de 10,3 milhões de toneladas por ano à produção de cimento da CSN. No ano passado, o grupo siderúrgico já havia adquirido a Elizabeth Cimentos, agregando mais 1,3 milhão de toneladas anuais em capacidade.

Em abril, a Superintendência-Geral do Cade recomendou a aprovação, sem restrições.

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição Paula Arend Laier)

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