Por Sam Boughedda
Um analista do UBS alertou, em nota aos clientes nesta sexta-feira, que os investidores não devem embarcar no rali de tecnologia.
As ações de tecnologia dos EUA subiram forte nos últimos meses, com a Nasdaq e o índice NYSE FANG+TM valorizando-se cerca de 20% desde as suas respectivas mínimas de meados de junho.
O analista disse que muitos dos vetores por trás desse bom desempenho são claros: resultados das Big Techs acima das expectativas, temores de uma inflação prolongada (e juros) recuando desde as máximas recentes e melhora no sentimento de risco. No entanto, o analista explicou que, ao mesmo tempo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ainda está elevando juros contra uma inflação bastante alta, a economia global está desacelerando e os riscos de recessão continuam não resolvidos.
“Não corram atrás do rali, usem-no para reduzir o excesso de exposição”, escreveu o analista. “Os valuations das ações globais de tecnologia se recuperaram em relação às mínimas trimestrais e estão agora levemente acima da sua média de 5 anos contra as ações mundiais. Sugerimos que os investidores usem o rali para reduzir qualquer excesso de posição e a exposição do portfólio a nomes com beta elevado, rebalanceando os fundos para nossas áreas preferidas do mercado, como valor e renda de qualidade”.
O analista acredita que setores de tecnologia, como semicondutores, hardware e mídia digital têm mais a perder caso as condições macro piorem ou se houver mais uma correção nas techs. No entanto, ele acredita que o comércio eletrônico seja mais resiliente, enquanto o UBS vê valor em “exposição seletiva a tendências temáticas, como segurança cibernética, automação e robótica”.
“Aproveite a volatilidade do setor de tecnologia. Em vez de assumir posições definitivas, os investidores também podem considerar estratégias estruturadas para limitar os riscos negativos, sem deixar de gerar retorno e permitir a participação em ralis de curto prazo."