Por Gabriel Codas
Investing.com - O banco de investimentos UBS manteve nesta sexta-feira a recomendação de compra para as ações da B3, cortando o preço-alvo dos ativos de R$ 53,00 para R$ 45,00 nos próximos 12 meses. Os analistas destacam que a companhia perdeu 25% desde o maior ponto em meados de fevereiro, refletindo as incertezas relacionadas ao COVID-19.
Por volta das 14h16, os papéis tinham valorização de 1,96% a R$ 40,08, acima dos ganhos do Ibovespa hoje. O principal índice acionário brasileiro registrava alta de 0,97% a 78.568 pontos.
A equipe do banco aponta que com o aumento da volatilidade, os volumes aumentaram bastante. Em março, as ações ADTV atingiram o pico de R$ 34 bilhões (+ 17% na base mensal) e os derivativos ADV em 7,8 milhões de contratos (+ 10% na comparação com fevereiro). No entanto, o valor médio de mercado das empresas listadas caiu 26% em março.
Além disso, o UBS não acredita que o ADTV seja sustentável nesse nível, pois a velocidade de rotatividade deve retornar a um nível mais normalizado após atingir cerca 160% no 1T20. Após nossa atualização para refletir maiores volumes do período e menor valor de mercado daqui para frente.
Com isso, os analistas mantêm o ADTV relativamente inalterado em R$ 23 bilhões em 2020, mas o reduzem em cerca 1,3% em 2021-24E e aumentaram o ADV em 4% em 2020 para 6,8 milhões contratos e em cerca 3% em 2021-24E. As receitas da OTC e a infraestrutura para financiamento devem ser afetadas negativamente pelo Covid-19.
Com isso, a equipe reduziu o EPS em 0,4% -2,5% em 2020-24E e o corte do preço-alvo também reflete uma suposição de taxa mais livre de risco (WACC em 11,3% vs. 10,6% antes).
Investidores na Bolsa e dados operacionais em março
A B3 registrou em março a entrada de 298.871 novos investidores na bolsa. Com isso, o total chega agora a 2,272 milhões, de acordo com dados operacionais referente ao mês passado divulgados pela companhia ontem.
No mês, o volume financeiro médio no segmento de ações da B3, que envolve o mercado à vista e derivativos de ações, teve uma alta de 110,6% na comparação entre o mesmo período de 2019, indo para um total de R$ 34,237 bilhões. Em relação a fevereiro, a alta foi de 16,9%.
Já a capitalização média nas companhias que tem papéis negociados na bolsa foi de R$ 3,504 trilhões, o que representa perdas de 9,4% na base anual e 25,6% na comparação com os níveis que foram registrados no mês de fevereiro.
No caso do mercado de juros, moedas e mercadorias, que envolve as operações da antiga BM&F, houve um avanço de 64,9% no volume diário de contratos entre março de 2019 e 2020, para 5,734 milhões de contratos em março. Já na base mensal, o crescimento foi de 25,0%. Já a receita média por contrato foi de R$ 1,453, com queda de 15,4% no ano e de 7,3% no mês.
Já o antigo Cetip UFIN, segmento de infraestrutura para financiamentos, o total de veículos financiados atingiu 434,855 mil unidades, queda de 2,8% no ano e de 4,4% no mês.
Por fim, o segmento de balcão (antigo Cetip UTVM) registrou estoque de R$ 3,019 trilhões na renda fixa, alta de 18,6% no ano e de 4,1% no mês. Nos derivativos, o estoque alcançou R$ 3,960 trilhões, alta de 62,7% e avanço de 16,8% na mesma base de comparação.
O total de empresas listadas ficou em 392, com baixa de 1,3% no ano e estabilidade no mês.