Os bancos Safra e UBS divulgaram análises divergentes sobre os resultados do quarto trimestre do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), bem como o que fazer com suas ações agora. Publicado na noite de ontem (10), o balanço mostra uma alta de 12,6% no lucro líquido recorrente do período, que chegou a R$ 7,3 bilhões.
O mercado gostou do desempenho, e premiou o Itaú Unibanco com uma das maiores altas da sessão desta terça-feira (11). Por volta das 16h39, enquanto o Ibovespa subia 2,33%, para 115.192 pontos, as ações preferenciais do Itaú (ITUB4) avançavam 2,22% e eram negociadas a R$ 35,04 por papel.
Mas o otimismo dos investidores não é compartilhado por todo o mercado. O banco suíço UBS, por exemplo, não se impressionou muito com os resultados.
Concorrência
Tanto, que manteve sua recomendação neutra para o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) – classificação dada pela instituição para as ações que devem oscilar numa faixa de 6%, para mais ou para menos, em relação à média do mercado.
O preço-alvo é calculado em R$ 38. Assinado pelos analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, o relatório do UBS observa que, embora o guidance (conjunto de metas) de 2020, divulgado pelo Itaú, esteja “ligeiramente” acima do esperado, ainda não há motivos para apostar nas suas ações.
O principal argumento, segundo o UBS, é a comparação com a concorrência. “[Com os papéis] Negociando a 11,5 vezes o P/L [relação Preço/Lucro] estimado para 2020, nós ainda mantemos nossa preferência pelo Bradesco (SA:BBDC4) ao Itaú (SA:ITUB4)”, dizem os analistas.
Lado bom
Já o Banco Safra divulgou uma avaliação mais generosa. Assinado pelos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, o relatório afirma que os números do Itaú (SA:ITUB4), no geral, foram bons, mas alinhados às expectativas do mercado. O Safra acrescenta que as metas divulgadas para 2020 são “conservadoras”.
Apesar das ressalvas, a instituição gostou sobretudo da “expectativa de cortes agressivos de custos” e da “perspectiva, de algum modo, positiva para as tarifas”. “Ainda gostamos do perfil de risco-retorno atraente do Itaú Unibanco”, afirma o Safra.
“Em nossa visão, o Itaú continuará a entregar valor econômico aos acionistas, por meio de uma combinação de ROE [retorno sobre patrimônio líquido, na sigla em inglês] bem acima dos custos de capital, um forte pagador de dividendos (yield projetado de cerca de 5% para 2020), e a permanência como o banco mais rentável do setor, embora seus pares estejam estreitando a diferença de rentabilidade”, diz o Safra.
Por isso, os analistas mantêm a recomendação de outperform, com preço-alvo de R$ 39 para 2020.