SÃO PAULO – Uma eventual fusão da Via Varejo (SA:VVAR11) com a Cnova pode elevar o preço-alvo das ações preferenciais do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) (PCAR4) dos atuais R$ 74 para R$ 88,20 por papel, segundo o banco suíço UBS. Isso significaria um potencial de alta de 75% sobre a cotação de fechamento desta quinta-feira (28).
A Via Varejo é o braço do Pão de Açúcar para o setor de eletroeletrônicos e móveis e controla as bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio. Já a Cnova é a empresa focada em comércio eletrônico, operando as lojas online das bandeiras do grupo. Em relatório assinado pelos analistas Gustavo Piras Oliveira, Guilherme Muller e Alejandra Obregon, o banco afirma que, se o negócio for em frente, há uma probabilidade de quatro para um de que o potencial de ganhos das ações do Pão de Açúcar suba.
É verdade que, mesmo nesse cenário mais otimista, os ganhos gerados pela fusão da Via Varejo com a Cnova representariam a menor fatia da valorização. Os analistas calculam que a área alimentar, que engloba as bandeiras de supermercados e hipermercados, responderia por R$ 79 do preço-alvo total. Para fazer jus a isso, o banco suíço espera que uma reestruturação acelere as vendas no critério mesmas lojas neste ano. Já a união da Via Varejo com a Cnova agregaria mais R$ 9,2 por ação, completando o target de R$ 88,20.
O cenário básico, contudo, ainda é o de R$ 74 por papel. Nessa situação, apenas parte dos benefícios da reestruturação seria capturada pelo Pão de Açúcar. Pesaria, ainda, o fato de que os riscos para o mercado de varejo de eletroeletrônicos estão maiores, diante da recessão brasileira. O impacto da Via Varejo, neste caso, seria limitado, já que a dona da Casas Bahia representa apenas 3% da avaliação do Grupo Pão de Açúcar, segundo os analistas.
O relatório traz ainda uma estimativa para o pior cenário que a maior rede de varejo do país pode enfrentar: a reestruturação simplesmente falharia, e o valor justo dos negócios do setor alimentar despencaria para R$ 41,70 por ação. Combinado com uma baixa avaliação do negócio de não-alimentos, a empresa sofreria um corte no preço-alvo para R$ 43,30. Por ora, contudo, o banco mantém a recomendação de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 74 para os próximos 12 meses.