BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia vai aplicar tarifas sobre importações de rodas de aço chinesas pelos próximos cinco anos depois de concluir que elas são vendidas a preços injustamente baixos.
A Comissão Europeia, que supervisiona a política comercial dos 27 membros da UE, disse nesta quarta-feira que fixou taxas de 50,3% para alguns produtores chineses, incluindo a Xingmin Intelligent Transportation Systems, e de 66,4% para outros.
As medidas envolvem rodas para carros, tratores, reboques, ônibus e carros de bombeiros entram em vigor na quinta-feira e durarão cinco anos. Os impostos correspondem aos já estabelecidos provisoriamente em outubro.
"Eles restabelecerão a igualdade de condições para a indústria europeia de rodas de aço, que tem sofrido com as importações da China", informou a Comissão em comunicado.
A investigação seguiu uma denúncia apresentada pela Associação Europeia de Fabricantes de Rodas, cujo site lista 26 produtores em toda a Europa, bem como na Turquia e na Rússia.
A investigação descobriu que empresas chinesas exportaram 2 milhões de rodas de aço para a União Europeia em 2018 a preços mais baixos do que o permitido, dobrando sua participação no mercado da UE a partir de 2015 e colocando em risco 3 mil empregos no bloco econômico.
Bruxelas já acusou Pequim de se envolver em enormes subsídios industriais e na transferência forçada de tecnologia.
A União Europeia já adotou medidas para limitar as importações chinesas por meio de tarifas sobre produtos que vão de bicicletas a painéis solares, em alguns casos levando Pequim a retaliar com suas próprias tarifas antidumping.