Por Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - Um terço de todos os senadores democratas dos Estados Unidos, incluindo o senador Cory Booker, pediu nesta terça-feira que o senador Bob Menendez renuncie após promotores federais acusarem ele e sua esposa de aceitar subornos de três empresários de Nova Jersey.
Booker e Menendez representam o Estado de Nova Jersey. Menendez, um democrata, disse na segunda-feira que permanecerá no Senado e lutará contra as acusações.
Colegas democratas de Mendendez no Senado ficaram em silêncio quando as acusações criminais foram reveladas na sexta-feira. Mas, nos dias que se seguiram, 17 senadores já disseram que ele deveria renunciar.
Os democratas controlam o Senado por uma pequena margem, com 51 cadeiras, incluindo três independentes que normalmente votam com o partido, contra 49 republicanos.
"Renunciar não é uma admissão de culpa, mas um reconhecimento de que o exercício de um cargo público muitas vezes exige sacrifícios tremendos a um grande custo pessoal", disse Booker em um comunicado. "Acredito que renunciar é o melhor para aqueles a quem o senador Menendez passou sua vida servindo."
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que Menendez tem o direito a um julgamento justo, mas não disse se ele deve ficar ou deixar o cargo. A Casa Branca se recusou a dizer se Menendez deveria renunciar.
Várias autoridades democratas eleitas em Nova Jersey, incluindo o governador Phil Murphy, também pediram a renúncia de Menendez. Seu assento no Senado está entre aqueles que estarão em disputa nas eleições do próximo ano.
Se o senador renunciar, Murphy deverá nomear um sucessor temporário, e é improvável que isso altere equilíbrio de poder no Senado.
Entretanto, os problemas legais de Menendez poderiam complicar os esforços de seu partido para manter o controle do Senado, embora Nova Jersey não tenha eleito um republicano para a cadeira desde 1972.
Os promotores dos EUA disseram que Menendez aceitou barras de ouro e centenas de milhares de dólares em dinheiro em troca do uso de seu poder e influência para ajudar o governo do Egito e interferir nas investigações policiais sobre os empresários.
Se forem condenados, ele e sua esposa, Nadine Menendez, poderão pegar até 45 anos de prisão, embora os juízes nesses tipos de casos geralmente imponham menos do que a sentença máxima.