SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um incêndio atingiu uma torre da unidade de Coqueamento Retardado (U-21) da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras (SA:PETR4), em Pernambuco, na manhã desta terça-feira, levando à paralisação da unidade, informou a companhia.
A petroleira ressaltou que não houve feridos e que o incêndio foi extinto pela equipe de contingência da refinaria, que tem capacidade de processamento de 230 mil barris de petróleo por dia.
A companhia enfatizou que o incêndio não impacta o abastecimento.
"A Petrobras conta com estoque e produção para garantir a oferta de combustíveis aos seus clientes", afirmou.
Segundo uma fonte da empresa que falou na condição de anonimato, a unidade que pegou fogo foi inaugurada em dezembro do ano passado.
"Qualquer coisa que fale agora é prematuro. A inspeção na unidade começa amanhã ou quinta-feira, mas podemos dizer que esse tipo de falha é anormal em tão pouco tempo", disse.
O impacto do acidente foi considerado muito pequeno, representando em uma análise preliminar perda de cerca de 7.500 barris/dia de diesel, disse a fonte, em referência à unidade atingida pelo incêndio, a única da refinaria que teve as operações paralisadas.
"É 1 por cento da produção de diesel de 750 mil barris dia", disse a fonte.
Diante disso, não há necessidade de ampliar a importação para atender a demanda interna, acrescentou.
"Não há necessidade de importação. Nada disso. O impacto é pequeno. Esperamos voltar com a unidade ainda este ano", comentou.
Mais recente refinaria da petroleira estatal a ser construída, com início das operações em 2014, a Rnest tem a maior taxa de conversão de petróleo cru em diesel --combustível mais comercializado do Brasil--, de 70 por cento.
Além de diesel S-10, com baixo teor de enxofre, a Rnest também produz nafta, óleo combustível, coque e gás liquefeito de petróleo (GLP).
Segundo a empresa, uma comissão de investigação foi mobilizada para avaliar as causas do acidente e o prazo para retorno da unidade.
O incêndio ocorre pouco mais de três meses após um incêndio de grandes proporções ter atingido a Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, a maior da Petrobras.
Com produção correspondente a aproximadamente 20 por cento de todo o refino de petróleo no Brasil, a Replan tem capacidade para processar 434 mil barris de petróleo por dia e ainda passa por reparos.
A refinaria de Paulínia está operando com metade de sua capacidade.
(Por José Roberto Gomes, Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)