Por Siddharth Cavale
LONDRES (Reuters) - Unilever (LON:ULVR), Tesco (LON:TSCO) e Nestlé estão entre as empresas mais preparadas para capitalizar a tendência de substitutos vegetais para a carne, de acordo com um relatório de um grupo de investidores que administra 5 trilhões de dólares em ativos.
O relatório da coalização FAIRR mostrou que 25 grandes varejistas e fabricantes estão desenvolvendo estratégias para produtos protéicos sustentáveis, reconhecendo o risco de uma estratégia dependente de proteína animal.
"Muitas começaram agora uma jornada para diversificar os produtos protéicos, deixando de ser predominantemente feitos de animais, para fontes de baixo carbono e menos intensivas em recursos feitos com plantas", disse Jeremy Coller, fundador da FAIRR, que inclui instituições como o UBS e a Schroders (LON:SDR).
Unilever, Tesco e Nestlé ocuparam o topo do ranking por seu trabalho em entender o impacto e reduzir os riscos associados à agricultura intensiva, como a emissão de gases de efeito estufa.
As empresas também estão entre as companhias com fortes programas de fornecimento sustentável e metas para reduzir emissões de poluentes, disse Aarti Ramachandran, chefe de pesquisa e envolvimento da FAIRR.
O relatório, intitulado "Appetite for Disruption", revelou que 87% dos varejistas estão aumentando a quantidade de seus produtos vegetais de marca própria, enquanto 64% das 25 empresas consultadas pela FAIRR fazem referências a produtos "veganos" e "à base de plantas" em seus relatórios anuais.
O mercado de proteína alternativa decolou em parte devido à inclusão de tais produtos em cadeias de restaurantes globais, como Burger King (SA:BKBR3) e McDonald's, bem como a oferta bem sucedida de ações da produtora norte-americana de carne vegetal Beyond Meat.
O mercado alternativo de proteína agora está avaliado em 19,5 bilhões de dólares e deverá capturar 10% do mercado global de carne, segundo o relatório, que cita pesquisas do Barclays (LON:BARC) e do JPMorgan. O mercado deve atingir 100 bilhões de dólares em valor em 15 anos.
"Não podemos enfrentar a mudança climática... a menos que as empresas alimentícias diversifiquem mais rapidamente seus portfólios de proteína saindo da agricultura animal", disse Coller.